Luto

Stephen Sondheim, compositor ícone da Broadway e cinema, morre aos 91 anos

Stephen Sondheim, a voz dominante no teatro musical americano na segunda metade do século 20…

(Foto: Divulgação)

Stephen Sondheim, a voz dominante no teatro musical americano na segunda metade do século 20 e o compositor com mais prêmios Tony, faleceu. Ele tinha 91 anos. O ícone da Broadway morreu sexta-feira, 26 de novembro, em sua casa em Roxbury, Connecticut.

Seu advogado e amigo, F. Richard Pappas, anunciou a morte ao The New York Times e descreveu como repentina, sem divulgar o motivo. No dia anterior, Sondheim celebrou o Dia de Ação de Graças com um jantar entre amigos em sua cidade, segundo Pappas.

Seus shows, desde a comédia “A Funny Thing Happened on the Way to the Forum”, a inovadora “Company”, a operística “Sweeney Todd” e a experimental “Pacific Overtures”, transformaram o palco musical da Broadway, influenciando e avançando no meio. Sondheim, um protegido de Oscar Hammerstein II, lentamente se afastou dessa tradição melódica para incorporar temas e estruturas complexas e dissonantes da música clássica do século 20 em suas obras.

Sondheim ganhou sete prêmios Tony, além de um prêmio especial Tony de 2008 pelo conjunto de sua obra no teatro.

Stephen Sondheim – Yousuf Karsh

(Foto: Divulgação)

Sondheim alterou e ampliou as fronteiras do teatro musical americano com grande ousadia e autoconfiança, baseando seus afinadores em fontes tão díspares como o antigo dramaturgo romano Plauto (“A Funnt Thing”) , um filme de Ingmar Bergman (“A Little Night Music”) e assassinatos políticos americanos (“Assassins”). E embora seus críticos afirmassem que suas canções não tinham o fator de capacidade de denúncia de Richard Rodgers ou mesmo Andrew Lloyd Webber, seus musicais continuaram a ser revividos, reapreciados e reavaliados ao longo das décadas. Além de adaptados para outros mídias, especialmente o cinema.

Ninguém poder negar as habilidades de Sondheim como letrista – nesse reino ele facilmente rivalizava com o grande Cole Porter. Seu talento, evidente em suas primeiras colaborações com Leonard Bernstein (“West Side Story”) e Jules Styne (“Gypsy”), tornou-se ainda mais pronunciado e sofisticado conforme ele crescia como compositor e idealizador de temas musicais. Muitos de seus musicais eram sarcásticos e pessimistas. “Company” lidava com um homem solteiro cujos encontros com seus amigos casados ​​eram menos do que encorajadores; “Follies”, com as ilusões do show business vs. vida real. E, claro, “Sweeney Todd” era sobre um barbeiro que matava seus clientes e os transformava em tortas.

Esse material nem sempre foi para o gosto do público em massa. Mas os críticos e devotos do teatro musical ficaram emocionados com isso. Sondheim ganhou inúmeros Tonys, mas, mais importante, abriu o caminho para musicais que lidavam com assuntos sofisticados tão diretamente quanto qualquer drama heterossexual.

Sondheim foi quase definido por sua sensibilidade nova-iorquina. Ele nasceu Stephen Joshua Sondheim em Manhattan em uma família de classe média e foi enviado para uma escola militar depois que seus pais se divorciaram. Com sua mãe, ele se mudou para Doylestown, Pensilvânia, onde moraram perto de Oscar Hammerstein II, um amigo da família que logo se tornou seu pai substituto. Aos 15 anos, Sondheim apresentou seu primeiro musical, “By George”, para Hammerstein, que sumariamente o destruiu. “Aprendi mais sobre composição e teatro musical (naquela tarde) do que a maioria das pessoas aprende na vida”, lembrou ele mais tarde. Sondheim trabalhou como assistente nos musicais de Hammerstein “Allegro”, “South Pacific” e “The King and I.” Depois de terminar a George School, ele frequentou o Williams College, onde se formou magna cum laude em 1950 e ganhou o prêmio Hutchinson para estudar música e composição, o que ele fez com o compositor Milton Babbitt.

Muitos de seus trabalhos ganharam a tela grande, como a primeira versão de “West Side Story”, chamado no Brasil de “Amor Sublime Amor”. O primeiro filme foi lançado em 19XX e ganhou 10 prêmios do Oscar. Este ano o veterano Stephen Spielberg vai lançar sua adaptação da história no cinema. Além de “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoniaco da Rua Fleet” com Johnny Depp e dirigido por Tim Burton; “Into the Wood”, chamado aqui de “Caminhos da Floresta” e com Meryl Streep no elenco. Colaborou na trilha de “Reds”, “Dick Tracy” e de outros projetos.