Agressões

Árbitro usa vídeo da transmissão e expulsa nove por confusão em Atletiba sem VAR

Como o Campeonato Paranaense não utiliza o VAR, as expulsões foram registradas na súmula após Mendonça e a equipe de arbitragem analisarem as imagens

Atletiba em 2023
Confusão marcou o Atletiba que teve nove expulsões após apito final. Foto: Guilherme Griebeler - Coritiba

O árbitro José Mendonça da Silva Júnior precisou recorrer às imagens da transmissão para punir os envolvidos na confusão generalizada que tomou o gramado da Arena da Baixada neste domingo, durante a disputa do clássico entre Athletico-PR e Coritiba. Como o Campeonato Paranaense não utiliza o VAR, as expulsões foram registradas na súmula após Mendonça e a equipe de arbitragem analisarem as imagens depois do apito final.

A súmula, publicada apenas às 00h45 desta segunda-feira, determina as expulsões dos atleticanos Thiago Heleno, Pedro Henrique, Christian, Pedrinho e Terans. Pelo Coritiba, Fabrício Daniel, Alef Manga e Márcio Silva foram os jogadores punidos. O treinador António Oliveira, do Coritiba, também recebeu vermelho

A pancadaria começou nos acréscimos do segundo tempo, quando o jogo estava empatado por 1 a 1, com um desentendimento entre Marcio Silva e Terans, que trocaram empurrões. “Com a bola fora de jogo, este atleta passa a mão na nuca do seu adversário de número 10 (Miguel David Terans Perez) de forma provocativa e isso desencadeia um desentendimento entre ambos. Ato contínuo desfere um tapa atingindo-o na nuca. Relato que não foi possível apresentar o cartão vermelho devido a animosidade do momento”, escreveu o árbitro ao justificar a expulsão de Silva.

O goleiro coritibano Gabriel e o meia atleticano Cuello tentaram separar a briga, mas Alef Manga se juntou à confusão dando uma cotovelada nas costas de Terans e revoltou jogadores rivais, que o atingiram de diversas maneiras. “O senhor Alef Mangueira Severino Pereira corre em direção a ambos e atinge com um empurrão e socos seu adversário de número 10. Necessitou ser contido por companheiros e seguranças”.

Terans revidou com um soco, pouco antes de Thiago Heleno dar um soco ainda mais forte e derrubar Manga no chão. “O referido atleta chegou de forma violenta desferindo um soco atingindo o rosto de seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) durante o tumulto generalizado. Na sequência ele tenta atingir este mesmo adversário mais uma vez com um soco.”

A súmula também identificou agressões de Pedro Henrique, Christian e Pedrinho contra Alef Manga. Outro jogador punido foi Fabrício Daniel, do Coritiba, que trocou socos com Pedro Henrique quando o tumulto generalizado foi retomado. Paulo Turra foi expulso por reclamar da arbitragem, e António Oliveira por colocar o dedo em riste e dizer ao árbitro: “Isso é tudo culpa de vocês, os erros de vocês causaram tudo isso”, conforme relatado na súmula.

O documento também relata a invasão de gramado de um torcedor do Athletico que desferiu um pontapé e atingiu Marcão, goleiro reserva do time coxa-branca. Diante do cenário hostil, o árbitro José Mendonça da Silva Junior resolveu encerrar a partida por falta de segurança.

“Informo que suspendi a partida após consultar o chefe do policiamento e este me informar que não havia garantia de segurança para a continuidade. Capitão da Polícia Militar do Estado do Paraná, Sr. Erlinton José Medeiros de Barros (Capitão Barros). Após essa informação comuniquei aos capitães de ambas as equipes que a partida estava suspensa por falta de segurança. Ressalto que o início da confusão generalizada ocorreu aos 51’50” do segundo tempo e e a partida se encerraria aos 52′ conforme os acréscimos de 7′. Comunico ainda que utilizei as imagens da transmissão para identificar os infratores”, escreveu

O clássico foi disputado com torcida única, pois torcedores dos dois clubes se enfrentaram e protagonizaram grande confusão um ano atrás, no Couto Pereira, em jogo do Paranaense de 2022. O episódio chegou a render perdas de mando de campo nos dois primeiros jogos do Estadual deste ano para ambos, mas o TJD reverteu as penas e determinou que fosse permitida apenas a entrada de mulheres e crianças. Cumprida a pena, os clubes voltaram a receber os torcedores homens em seus estádios.