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Cruzeiro será segundo clube de Ronaldo, empresário com atuação diversa

O anúncio de que Ronaldo Nazário comprará o Cruzeiro surpreendeu o futebol brasileiro, mas combina…

Foto: Reprodução

O anúncio de que Ronaldo Nazário comprará o Cruzeiro surpreendeu o futebol brasileiro, mas combina com o perfil empresarial ambicioso que o ex-jogador construiu nos últimos anos.
Aposentado dos gramados desde 2011, o Fenômeno completou 45 anos em 2021 e passou a última década com foco nos negócios. Em setembro de 2018, adquiriu o Valladolid (ESP), atualmente na segunda divisão espanhola, por cerca de 30 milhões de euros (R$ 192 milhões em valores atuais).

“No futebol a gestão tem que ser impecável, sustentável, acho que essa é a nova exigência do futebol moderno. Na Espanha as regras são rígidas e tem regras, no Brasil não tem… Mas parece que o horizonte para o futebol brasileiro vai mudar bastante”, ele afirmou em entrevista ao podcast Flow no começo do mês.
No clube espanhol, mesmo de férias Ronaldo é informado sobre tudo o que acontece na equipe por Matthieu Fenaert, CEO do Valladolid.

“[Ronaldo tem] toda influência. Eu me surpreendi muito. Temos reuniões diárias e ele fica a par de tudo. Mesmo quando está de férias, recebe um relatório todos os dias de manhã. Ronaldo sabe de tudo o que é decidido”, afirmou Fenaert à Folha em 2019.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Neste ano, o pentacampeão mundial com a seleção foi alvo de protestos de torcedores do Valladolid após o rebaixamento da equipe para a segunda divisão do Espanhol. Faixas culpando-o pela queda foram colocadas nas proximidades do estádio José Zorrilla.
Antes disso, ele teve uma experiência malsucedida com o Fort Lauderdale Strikers, clube dos EUA do qual foi sócio de 2014 a 2016.

Atualmente, Ronaldo vive intensamente o dia a dia do Valladolid e pelo menos até agora se divide entre suas casas na cidade e em Madri. Belo Horizonte deverá fazer parte desse circuito a partir deste sábado.
O goleador três vezes eleito melhor do mundo se preparou para ser empresário e já tinha mostrado apetite para desbravar novos nichos de mercado.

Em 2013, ele passou alguns meses em Londres para fazer estágio com Sir Martin Sorrell, presidente da WPP, uma das maiores empresas de publicidade do planeta, avaliada em R$ 35 bilhões. Sorrell tinha participação na 9ine, agência aberta pelo atacante no Brasil quando ainda jogava pelo Corinthians.

Era época em que Ronaldo já azeitava contratos de patrocínio para outros clubes, por meio de sua empresa, e gerenciava carreiras de outros esportistas.
Um dos contratos foi o da Hypermarcas com o próprio Corinthians. Ao perceber o poder das redes sociais, ele foi um dos primeiros nomes famosos do mundo do futebol a fazer parceria com uma empresa privada para sua conta no Twitter. O acordo era com a Claro.

Hoje em dia ele está à frente da ODDZ Network, holding de empresas que tem a Octagon como braço de marketing e quer unir esporte, tecnologia e entretenimento, e prepara projetos no mercado de dados, e-Sports, gestão, experiências esportivas e produção de conteúdo audiovisual.

O atacante também tem uma ONG, a Fundação Fenômenos, e a R9 Gestão Patrimonial e Financeira, para atletas de alta performance.