OLIMPÍADAS

Olimpíadas: goiana Lais Nunes tentará fazer história no wrestling brasileiro

Goiás estará muito bem representado nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A goiana (de Barro Alto)…

Laís Nunes, medalha de ouro na Bulgária (Foto: Confederação Brasileira de Wrestling)
Laís Nunes, medalha de ouro na Bulgária (Foto: Confederação Brasileira de Wrestling)

Goiás estará muito bem representado nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A goiana (de Barro Alto) Lais Nunes será uma das atletas da seleção brasileira de wrestling. Em sua segunda participação olímpica, a lutadora quer fazer história e trazer a primeira medalha da modalidade para o país. Para a goiana, a medalha olímpica é realidade pela fase vivida, na última competição, na Bulgária, a atleta foi medalha de ouro na categoria até 62kg.

“Esse ciclo foi um dos melhores da minha vida, evolui bastante. Técnico, físico e mentalmente. Foram 5 anos importantíssimos e me sinto mais preparada. A expectativa é a busca por uma medalha olímpica. Tenho feio o melhor de mim, trabalhado duro. Hoje sinto que estou no meu melhor momento e confiante em fazer história no wrestling brasileiro”, disse Lais.

Até chegar no alto nível mundial, Lais Nunes teve uma trajetória complicada e de muita superação, porém vencedora desde o começo. Em Barro Alto, a goiano conheceu o wrestling com 12 anos e assim como muitos jovens viu no esporte a chance de mudar a vida da família. “Naquela época o wrestling não era tão conhecido, mas achei que era uma oportunidade de dar uma de vida melhor para meus pais. Meu pai era cortador de cana, trabalhava na roça. Eu vi uma chance de poder melhorar de vida”.

Aos 15 anos, Barro Alto ficou pequeno para Lais, que teve de sair de casa para traçar sua história. Apesar das dificuldades, os resultados apareceram. A lutadora foi a primeira atleta a conseguir os títulos pan-americano nas categorias cadete (até 17 anos), júnior (até 20 anos) e Sênior (acima de 20 anos). Em 2009, além do título pan-americano, ela foi considerada a melhor atleta do wrestling das Américas.

“Minha chave virou quando ganhei meu primeiro pan-americano e fui considerada a melhor atleta das Américas, em 2009. Ali minha chave virou e eu via o esporte como algo maior, não só uma forma de ajudar minha família”, destacou a goiana. Apesar das medalhas estarem sempre presentes no pescoço de Lais, as dificuldades sempre apareceram, principalmente a saudade de casa.

“Sai de casa aos 15 anos e foi um desafio muito grande. A maior dificuldade foi a falta da família, de não ter uma estrutura familiar próxima. Mas foi uma das melhores experiências, me tornei mais independente, mais confiante. Estava em busca de um sonho e tinha de ser comprometida com isso. O que mais pegou foi a solidão, morei muito tempo sozinha em São Paulo de favor, dormia no chão, comia miojo e nos finais de semana fazia muita falta a família”, disse.

Em 2016, a jovem Lais Nunes, de apenas 23 anos chegou no sonho olímpico. No Rio de Janeiro, ela teve a oportunidade de disputar uma Olimpíada em seu país. O resultado não foi o que ela gostaria, já que foi eliminada na primeira luta, porém para ela o resultado foi fundamental para a boa fase vivida atualmente.

“Os Jogos Olímpicos do Rio foram muito importantes para mim. Porque lutar em casa, aos 23 anos ao lado da família e da torcida brasileira foi uma experiência maravilhosa. Ali não estava tão bem preparada em muitos quesitos, mas me preparou para essa Olimpíada do Japão. Entendo o que precisei passar e tudo isso coopera para o momento que estou vivendo agora”, completou Lais Nunes.