Possível Crime

Presidente da Federação Francesa renuncia após acusação de assédio sexual e moral

O caso veio à tona em setembro do ano passado e o dirigente de 81 anos estava afastado desde o meio de janeiro deste ano

Noel La Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol
Noel La Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol pediu renuncia após acusações contra ele. Foto: Divulgação

Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol, renunciou ao cargo nesta terça-feira, após uma auditoria do Governo considerar que ele não possuí mais legitimidade para exercer a função, pois responde a acusações de assédio sexual e moral. O caso veio à tona em setembro do ano passado e o dirigente de 81 anos estava afastado desde o meio de janeiro deste ano.

De acordo com um comunicado divulgado pela Federação, Le Graet formalizou a renúncia em uma reunião com o comitê executivo da entidade, nesta terça. Com o abandono, o vice-presidente Philippe Dallo exercerá a presidência de forma interina até junho de 2023, quando um nome definitivo deve ser escolhido para ocupar a cadeira.

A investigação foi aberta a pedido de Amélia Oudéa-Castéra, ministra do Esportes da França, após a agente esportiva Sonia Souid dizer ter sido assediada sexualmente por La Graet. Em entrevistas a veículos da imprensa francesa, Souid disse que foi abordada por ele ao longo de quatro anos, entre 2013 e 2017.

Houve também uma reportagem publicada pela revista So Foot que detalhou alguns casos. Ao longo de seis páginas, a publicação apresentou depoimentos de diversas funcionárias da federação falando sobre Le Graet. Algumas já haviam deixado a entidade. A maior parte das denúncias foi anônima. Elas afirmaram que recebiam mensagens de texto inapropriadas do presidente e que viviam em um “ambiente tóxico” dentro da federação.

Durante o processo, foi realizado um relatório com mais de 100 entrevistas e análises de uma série de documentos. A conclusão foi que o comportamento de Le Graet com mulheres era inapropriado e que as políticas internas para reprimir violência de gênero ou sexual não eram efetivas.