Lateral

São-paulino na infância, Rafinha era atacante e tinha apelido de ‘Malinha’

O jeito descontraído e malandro de Rafinha dentro de campo vem desde os tempos de…

Rafinha, ainda jovem, com a camisa do São Paulo
Após assinar com o São Paulo, Rafinha teve foto antiga divulgada com a camisa do clube. Foto: Divulgação - São Paulo

O jeito descontraído e malandro de Rafinha dentro de campo vem desde os tempos de futsal em Londrina, no norte do Paraná. Novo reforço do São Paulo, seu time do coração, ele era chamado de “Malinha” pelos companheiros de Grêmio Londrinense, primeira equipe na caminhada rumo ao profissional.

“Ele era o menor marrento da turma, mas sempre queria ser o líder. Aí ganhou esse apelido de Malinha”, relembra o amigo Leandro Dionísio, que jogou com ele na equipe de futsal e no campo no PSTC e no Londrina, todos do Paraná.

Dionísio justifica a marra da equipe com o nível técnico. De acordo com ele, todos eram “muito bons de bola”, mas nem todos conseguiram se profissionalizar. Ele mesmo acabou se tornando personal trainer e costumava ajudar o amigo nos treinos no Brasil na época em que ele atuava pelo Bayern de Munique, na Alemanha.

Em declaração publicada pelo site oficial do São Paulo, Rafinha afirmou que começou a torcer pelo time por causa de uns tios que tinha em Suzano, na Grande São Paulo. Os amigos confirmam a relação do lateral com o tricolor e atribuem a escolha ao período vencedor da equipe do Morumbi.

Rafinha nasceu em 1986. Seis anos mais tarde, o São Paulo iniciava a sequência do bicampeonato mundial. “O time do São Paulo era muito forte naquela à época, muitos meninos da nossa faixa etária começaram a torcer pelo São Paulo”, relembra Dionísio.

A escolha foi a mesma de Vinicius Fonseca, outro integrante do time do Grêmio Londrinense. São-paulino até hoje, ele quer se organizar para ir a São Paulo ver uma partida do amigo com a camisa tricolor. “Estou muito feliz que ele foi para o São Paulo, vou fazer de tudo para ir ao jogo.”

O São Paulo, no entanto, não era a única relação com o futebol que Rafinha tinha na infância. O menino franzino não pensava em outra coisa que não fosse o esporte. “Ele vivia para o futsal e para o futebol. Todos nós, na verdade. A gente cresceu dentro do clube”, relembra Fonseca.

Como foi a mudança de atacante para lateral?

Na época de Grêmio Londrinense, Rafinha ainda atuava mais avançado do que joga hoje. Antes de chegar no Coritiba, clube em que se profissionalizou, atuava como atacante. Na equipe paranaense foi recuado até se firmar na lateral, onde chegou à seleção brasileira e ficou próximo de disputar a Copa do Mundo de 2018.

O talento do atacante que virou lateral se destacava naquela geração boa de bola do Grêmio Londrinense, citada por Leandro Dionísio. Os dois amigos dizem que naquela época já dava para saber que Rafinha era diferente.

“Parece que ele nasceu para ser jogador. Era muito inteligente na percepção do jogo, era muito acima da média. Sem falar na perseverança, foco, vontade. Como ele costumava falar, tinha que dar certo na bola, porque não tinha uma segunda opção”, conta.

Rafinha jogou futsal dos 7 aos 11 anos. Na sequência, foi levado para o futebol de campo, colecionando passagens por PSTC, Junior Team, Londrina e Coritiba. Se a profissão separou os amigos, eles ainda dão jeito de manter contato. Por mais de uma vez, Rafinha levou a turma para passar um período na Europa.

Foi na época de Bayern de Munique, em 2017, que eles refizeram uma foto icônica da época de Grêmio Londrinense. Aos 36 anos, Rafinha ainda é responsável por seguir o sonho daqueles meninos marrentos bons de bola do futsal.