PUNIÇÃO

STJD pune Atlético GO por caso de injúria racial de torcedor contra o volante Fellipe Bastos

O Atlético Goianiense foi julgado nesta terça-feira(26) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva e punido…

Torcida do Atlético Goianiense no estádio Antônio Accioly
Torcida do Atlético Goianiense no estádio Antônio Accioly. Foto: Bruno Corsino - ACG

O Atlético Goianiense foi julgado nesta terça-feira(26) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva e punido por conta do ato de injuria racial de um torcedor contra o jogador Fellipe Bastos, do Goiás. O caso ocorreu ao final do clássico goiano pelo Brasileirão, no dia 8 de maio, no estádio Antônio Accioly. Na ocasião, o torcedor chamou o volante do time rival de “macaco” em duas oportunidades.

O STJD aplicou uma multa de R$ 50 mil ao Atlético Goianiense, além da perda de um mando de campo com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A decisão foi tomada por maioria dos votos, mas ainda cabe recurso no Pleno do STJD para o time campineiro.

Durante o julgamento, os auditores colocaram que houve a negligência por parte da torcida em identificar o autor do crime e também de alguns seguranças do clube que estavam próximos durante o ato de injúria racial contra o volante Fellipe Bastos.

“Me chamou mais atenção ver que a torcida do Atlético-GO, mesmo após o atleta ter sido chamado de macaco, continuou ofendendo e insultando, jogando cerveja e procurando minimizar o fato. Lamentável! Um crime e não ter sido feito nada pelo clube e pelos seus torcedores. Foi relatado em depoimento que o jogador ao ouvir pediu para a pessoa repetisse e a pessoa repetiu. Tinham torcedores ao redor do infrator e ninguém fez nada. A própria torcida agiu para esconder o torcedor racista. A torcida tinha que ter identificado o torcedor”, comentou o auditor Diogo Maia.

O presidente da Segunda Comissão, o auditor Felipe Silva, também foi na mesma linha do companheiro. “Considero que restou caracterizada a atitude do torcedor e reputo necessária punição da agremiação, uma vez não houve a identificação do torcedor. Se houve a possibilidade de identificar que o torcedor não fazia parte do clube e de organizadas, então me parece que houve a possibilidade clara de identificação, não menosprezando os esforços que o clube afirma ter feito”, disse.

Do lado do Atlético Goianiense, o advogado do clube, Paulo Henrique Pinheiro, afirmou que não existe nenhuma prova clara do ato contra o volante Fellipe Bastos, até por isso pediu a pena mínima.

“A denúncia baseia-se exclusivamente no depoimento do atleta. A Procuradoria não requereu oitiva de nenhum outro atleta e de ninguém da Comissão Técnica para confirmar o fato. Apenas o supervisor do Goiás foi ouvido e disse que só tomou conhecimento no vestiário e não presenciou o fato. Em todas as imagens juntadas nos autos, em nenhuma delas há prova que corrobora a prática da infração… Por mais que a infração possa ser grave, se não há prova irretorquível, cristalina e indiscutível, não se pode condenar um clube, uma torcida ou qualquer outro indivíduo sob risco de se cometer elevada injustiça”, afirmou.