GUERRA

Cinco bilhões morreriam de fome com guerra nuclear de grande escala, mostra estudo

Cinco bilhões de pessoas morreriam em uma guerra nuclear moderna com o impacto de uma fome global…

Em Goiás, 438 mil famílias deixaram a linha da pobreza em junho, diz relatório da FAO
Em Goiás, 438 mil famílias deixaram a linha da pobreza em junho, diz relatório da FAO (Foto: Pixabay)

Cinco bilhões de pessoas morreriam em uma guerra nuclear moderna com o impacto de uma fome global — desencadeada pela fuligem que bloquearia a luz solar na atmosfera —, provavelmente excedendo em muito as baixas causadas por explosões letais.

Cientistas da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, mapearam os efeitos de seis possíveis cenários de conflito nuclear. Uma guerra em grande escala entre os EUA e a Rússia, o pior caso possível, acabaria com mais da metade da humanidade, disseram eles no estudo publicado na revista Nature Food.

As estimativas foram baseadas em cálculos de quanta fuligem entraria na atmosfera a partir de tempestades de fogo provocadas pela detonação de armas nucleares. Os pesquisadores usaram uma ferramenta de previsão climática do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, que permitiu estimar a produtividade dos principais cultivos por país.

Mesmo um conflito de escala relativamente pequena teria consequências devastadoras para a produção global de alimentos. Uma batalha localizada entre a Índia e o Paquistão reduziria o rendimento das colheitas em cerca de 7% em cinco anos, sugeriu o estudo, enquanto uma guerra EUA-Rússia reduziria a produção em 90% em três a quatro anos.

Os pesquisadores também consideraram se a utilização de plantações atualmente destinadas para ração animal ou a redução do desperdício de alimentos poderiam compensar as perdas imediatamente após o conflito, mas concluíram que a economia seria mínima em conflitos de maior escala.

O estudo vem depois que o espectro do conflito entre os EUA e a Rússia voltou à tona após a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin, em fevereiro. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou em abril que havia um risco “sério” de uma guerra nuclear.

— Os dados nos dizem uma coisa — disse Alan Robock, coautor do estudo e professor de ciência climática no Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Rutgers. — Devemos evitar que uma guerra nuclear aconteça.