CESSAR-FOGO

Embaixadores árabes dizem que trégua entre Israel e Hamas pode durar até 10 dias

Autoridades locais já contabilizam 15 mil mortos; a maioria deles, crianças e mulheres

Itamaraty pede que Israel cumpra decisão de Tribunal Internacional
Itamaraty pede que Israel cumpra decisão de Tribunal Internacional (Foto: Reprodução - X)

Por Paula Coutinho, do Mais Brasília

Iniciou-se, nesta sexta-feira (24), a trégua de quatro dias para a guerra Israel-Hamas. Porém, representantes do corpo diplomático dos países árabes adiantaram ao Mais Brasília, na manhã desta data, que este período pode se estender para além deste período, durando até 10 dias.

Possibilidade que, se concretizada, apresentará um cenário para libertar reféns, viabilizar ajuda humanitária, munir a imprensa internacional de casos concretos, negociar um prazo maior para um cessar-fogo, mostrando ao mundo a realidade do Faixa de Gaza após os bombardeios. Autoridades locais já contabilizam 15 mil mortos; a maioria deles, crianças e mulheres. 

“Esses quatro dias vão servir para que a comunidade internacional veja o grau de destruição e selvageria na Faixa de Gaza. Israel não vai conseguir mais se posicionar como vítima depois que as imagens começarem a circular”, explicou um diplomata árabe.

A opinião pública é um dos fatores que, segundo os diplomatas árabes ouvidos pelo Mais Brasília, está pesando para discutir-se a ampliação desta trégua. E, “ainda que as atitudes e apoio oficial dos governantes de maneira geral, em todo o mundo, para a causa Palestina sejam tímidos; o apoio entre as massas tem aumentado.”, ressaltou o embaixador de um país daquela região. Na última quinta (23), um dia antes da trégua, uma agência internacional media que 96% da população apoiava a causa palestina. 

Até o momento, apenas 9 dos 27 países da União Europeia (UE) reconhecem oficialmente a Palestina como um estado soberano.

Na última quinta (23), representantes do governo da Espanha e da Bélgica visitaram o Oriente Médio. Na ocasião, reuniram-se com primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para demonstrar apoio ao combate ao Hamas; porém, ratificaram que as mortes de civis são desproporcionais. 

Mesmo assim, diplomatas árabes ainda acreditam que os dois estados possam solucionar o conflito e conviver em paz. E a solução, conforme explicaram os embaixadores árabes ao MB na manhã desta sexta, pode vir de uma sugestão brasileira, feita em 1947.

À época, o embaixador brasileiro Oswaldo Aranha, durante sessão da Assembleia Geral da ONU, sugeriu/idealizou a criação dos dois estados: Israel e Palestina, convivendo harmonicamente vizinhos um ao outro. À época, essa sugestão foi aprovada pela ONU, com base no Direito Internacional, para ser cumprida por ambos os lados. 

“Há bandeiras do Brasil em todo o Oriente Médio. Nós reconhecemos a grandeza do país”, finalizou o embaixador árabe.