TERRORISMO

Explosão em mesquita no Afeganistão deixa ao menos 32 mortos e dezenas de feridos

Uma grande explosão atingiu uma mesquita xiita na cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão,…

Explosão em mesquisa deixa mortos no Afeganistão
Explosão em mesquita no Afeganistão deixa ao menos 32 mortos e dezenas de feridos (Foto: reprodução - Twitter)

Uma grande explosão atingiu uma mesquita xiita na cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão, durante as orações desta sexta-feira (15) —um dia sagrado para os muçulmanos. Ao menos 32 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas, segundo autoridades locais.

As causas da explosão ainda estão sendo investigadas. Embora o incidente ainda não esteja sendo tratado como um ataque, chama a atenção o fato de ter ocorrido exatamente uma semana depois de um atentado terrorista orquestrado pelo Estado Islâmico em outra mesquita xiita em Kunduz, no norte do país. Na ocasião, ao menos 55 pessoas morreram.

Imagens publicadas nas redes sociais nesta sexta mostram muitas pessoas mortas ou gravemente feridas no chão ensanguentado da mesquita em Kandahar.

Forças especiais do Talibã, grupo fundamentalista que assumiu o poder no Afeganistão, foram deslocadas ao local da explosão. Um apelo foi feito aos moradores da região para que doem sangue às vítimas.

O incidente expõe as incertezas acerca da segurança do país e coloca em xeque as declarações do Talibã, que alega ter trazido paz ao país após quatro décadas de conflitos. Os talibãs tem minimizado a ameaça do Estado Islâmico, embora o braço local do grupo, conhecido como Khorasan, tenha intensificado os ataques desde a tomada de Cabul, em agosto.

O fato de a minoria xiita ter sido novamente alvo também pode inflamar as tensões entre os diferentes grupos étnicos e sectários no país sunita.

A origem da divisão entre xiitas e sunitas, duas grandes correntes da religião muçulmana, remonta à morte de Maomé, em 632.

Como o profeta não deixou herdeiros, os dois grupos discordam sobre quem deveria ter dado continuidade a sua liderança: sunitas preferiam que o líder da comunidade fosse escolhido entre seus seguidores, enquanto xiitas defendiam alguém com laços de sangue com Maomé —especificamente Ali, seu primo e genro. Os sunitas venceram a disputa e elegeram Abu Bakr, primeiro califa do islã.

A predominância dos sunitas nas dinastias posteriores do império islâmico levou xiitas a se identificarem permanentemente como oposição ao poder estabelecido, também fixando posição minoritária na comunidade muçulmana. Hoje, sunitas se concentram em países como Afeganistão, Arábia Saudita, Egito e Síria. Os xiitas, por sua vez, têm presença mais forte no Irã e no Iraque.