'NOVO NORMAL'

Jovens dos EUA fazem muito menos sexo no século XXI, diz estudo

A atividade sexual entre jovens americanos diminuiu acentuadamente desde 2000, com quase um terço relatando…

Estudos apontam benefícios para o sistema imunológico. Sexo três vezes por mês reduz risco de infecções, incluindo Covid-19
Foto: Pixabay

A atividade sexual entre jovens americanos diminuiu acentuadamente desde 2000, com quase um terço relatando não ter feito sexo com algum parceiro no ano anterior, de acordo com uma pesquisa publicada na sexta-feira (12) que sugere que as mídias sociais e os jogos eletrônicos podem estar preenchendo o vazio.

A tendência é preocupante, pois os relacionamentos sexuais são importantes para o bem-estar e a saúde das pessoas, observam os pesquisadores.

A pesquisa descobriu que de 2000 a 2018, quase um em cada três homens norte-americanos com idades entre 18 e 24 anos não relatou atividade sexual no ano passado. A falta de sexo, ou inatividade sexual, também aumentou entre homens e mulheres de 25 a 34 anos durante o período da pesquisa, segundo o relatório da revista JAMA Network Open.

Possíveis razões para o declínio da frequência sexual também podem incluir estresse no trabalho e dentro dos próprios relacionamentos, bem como a prevalência de outras formas de entretenimento solo.

— Agora há muito mais opções de coisas para fazer no final da noite do que antes, e menos oportunidades para iniciar a atividade sexual se ambos os parceiros estiverem envolvidos em mídias sociais, jogos eletrônicos ou observação de compulsões — disse Jean Twenge, do departamento de psicologia na Universidade Estadual de San Diego, em um editorial que acompanha o relatório.

Analisando dados de pesquisas bienais entre 2000 e 2018 de quase 10.000 homens e mulheres com idades entre 18 e 44 anos, os pesquisadores descobriram que 16,5% dos entrevistados relataram menos atividade sexual em 2016-2018 contra 9,5% em 2000-2002, principalmente entre homens heterossexuais solteiros.

A atividade sexual permaneceu praticamente inalterada entre as mulheres solteiras, junto com nenhum declínio notável entre os homens gays, segundo os pesquisadores.

Homens desempregados ou com renda mais baixa eram mais propensos a serem sexualmente inativos, assim como homens e mulheres estudantes.

Relacionando a preferência por homens de maior nível socioeconômico e a maior ocupação das mulheres no ensino superior, alguns jovens podem achar difícil formar relacionamentos heterossexuais, observam os pesquisadores.

— Uma renda mais alta pode significar mais recursos para procurar parceiros e pode ser considerada mais desejável por esses parceiros — afirmou o co-autor do estudo Peter Ueda, do Instituto Karolinska, na Suécia, por e-mail.

Fora do período de estudo, a pandemia do COVID-19, que deixou muitos desempregados e com medo de infecção, provavelmente exacerbe a tendência. As consequências do surto nas relações sexuais é uma questão que merece monitoramento, disse Ueda.