Justiça decide que Pence, vice de Trump, terá que depor sobre 6 de Janeiro
Republicano, no entanto, poderá ficar em silêncio e ainda tem o direito de recorrer da decisão, segundo imprensa local
A Justiça dos EUA determinou nesta terça (28) que o ex-vice presidente Mike Pence terá de testemunhar no grande júri —grupo de cidadãos escolhidos para analisar um caso— que investiga as tentativas de Donald Trump de interferir nos resultados da eleição de 2020.
A decisão, proferida pelo juiz James E. Boasberg, de Washington, é um revés para os dois republicanos, que encamparam uma batalha legal para que Pence não tivesse de falar sobre o caso.
Pence terá de falar ao júri que analisa o 6 de Janeiro, episódio no qual uma multidão de apoiadores de Trump, insuflada pelo ex-presidente, invadiu o Capitólio, a sede do Legislativo americano, durante a cerimônia de certificação da vitória do hoje presidente Joe Biden.
O ex-vice-presidente, que possivelmente tentará ser o candidato republicano à Casa Branca em 2024, teria de detalhar as conversas que teve com Trump nos momentos que antecederam a invasão do local, naquele que foi o maior ataque recente à democracia dos EUA.
Segundo informou a rede americana CNN, Pence, no entanto, teria o direito de se recusar a responder às perguntas feitas pelo grande júri. E o ex-vice presidente pode ainda apelar da decisão desta terça-feira.
À época da invasão, ele estava em seus últimos dias como presidente do Senado americano —a Constituição dos EUA determina que o vice-presidente também preside a Casa.
Segundo as apurações do 6 de Janeiro até aqui, Trump teria exercido pressão para que Pence não aceitasse a confirmação da vitória de Biden no Congresso e também teria chamado seu vice de “covarde” repetidas vezes por ele se recusar a seguir essas instruções.
Irritados com a inação do vice, os radicais no 6 de janeiro gritavam “enforquem Mike Pence” enquanto invadiam o Congresso e chegaram a pouco mais de 10 metros do vice-presidente.