INÉDITO

Médico brasileiro lidera 1º transplante de rim de porco geneticamente editado para humano vivo

Caso aconteceu no Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA

Interessado em ser doador de órgãos poderá registrar o desejo no site ou app do CNJ 42 mil pessoas aguardam na fila por um transplante
(Foto: Hospital Geral de Massachusetts)

Um médico brasileiro liderou uma cirurgia inédita no Hospital Geral de Massachusetts (MGH, em inglês). O anúncio do primeiro transplante bem-sucedido do mundo de um rim de porco geneticamente editado para um humano vivo ocorreu nesta quinta (21) e foi comandado pelo cirurgião Leonardo Riella.

Em comunicado do hospital, Riella disse que “setenta anos após o primeiro transplante renal e seis décadas após o advento dos medicamentos imunossupressores, estamos à beira de um avanço monumental no transplante”.

Segundo ele, só no MGH, há mais de 1.400 pacientes em lista de espera para transplante renal. “Infelizmente, alguns destes pacientes morrerão ou ficarão doentes demais para serem transplantados devido ao longo tempo de espera na diálise. Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos.”

De acordo com o MGH, o órgão do animal sofreu modificações genéticas para ser transplantado em um homem de 62 anos com doença renal crônica. O paciente Rick Slayman já tinha passado por procedimento tradicional em 2018, mas o órgão começou a falhar no ano passado.

Ainda no comunicado, ele mostrou otimismo. “Estava confiante em receber o transplante de um porco já que os médicos me explicaram cuidadosamente os prós e contras. No final, vi isso não apenas como uma forma de me ajudar, mas também como uma forma de dar esperança às milhares de pessoas que precisam de um órgão para sobreviver”, declarou.

A operação ocorreu no sábado (16) e durou cerca de 4 horas. Transplante de órgãos de animais ainda é algo experimental, mas visto com otimismo pela classe médica.

Para este caso, o rim suíno teve 69 informações genéticas para diminuir o risco de rejeição. Segundo o hospital, Slayman precisará usar imunossupressores para evitar rejeição, o que também ocorre com órgãos humanos transplantados. Ele se recupera bem.