RÚSSIA

Otan promete refazer defesa antiaérea da Ucrânia, mas não diz quando

Na reunião em que ativou sua Força de Reação pela primeira vez, a Organização do…

Primeira rodada de negociação entre Rússia e Ucrânia termina sem acordo
Foto: Gabinete presidencial ucraniano

Na reunião em que ativou sua Força de Reação pela primeira vez, a Organização do Tratado do Altântico Norte (Otan) anunciou que irá fornecer sistemas antiaéreos para Kiev. Este é provavelmente um dos itens prioritários na lista de desejos das Forças Armadas do país sob ataque.

Na manhã desta sexta-feira (25), o Ministério da Defesa da Rússia disse ter destruído 14 sistemas antiaéreos, todos os S-300 russos, que são em número não sabido segundo o IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, na sigla inglesa, de Londres), e outros Osa soviéticos.

Assim, parecem estar à disposição de Kev apenas 6 Tor-M1 russos e um número incerto dos 75 modelos soviéticos mais antigos. O S-300 é um dos mais eficazes sistemas do gênero em operação no mundo.

Sem sua melhor defesa antiaérea e com seus aviões sendo caçados por mísseis em aeroportos, a Ucrânia tem seus céus controlados, ou quase, pelos russos. O problema da promessa da Otan é sua fluidez: nada é dito, e cada hora conta.

A Estônia prometeu enviar mísseis antitanque americanos Javelin para o país aliado, e segundo o tabloide alemão Bild, outros quatro países do clube de 30 nações farão o mesmo. O modelos estela os pacotes de ajuda dos EUA a Kiev desde a anexação da Crimeia, em 2014, que levaram US$ 2,5 bilhões em armas para o país.

É pouco, mas bastante comparado com o orçamento militar de 2021, recém-divulgado pelo IISS: US$ 4,27 bilhões, dez vezes menos do que o que esteve à disposição dos russos. Já a Força de Reação, criada após 2014 para situações de emergência na Europa, foi um anúncio já antecipado e vazio. Ela pode ter até 40 mil homens e visa coordenar ações de diversos membros da aliança.

Com efeito, Zelenski disse na sexta que o Ocidente, ao fim, o abandonou sozinho para se defender. Depois, presumivelmente ouviu palavras de conforto e promessas nos 40 minutos em que passou ao telefone com o presidente dos EUA, Joe Biden.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, disse que ela não vai operar com toda sua capacidade. Isso mesmo ele tendo dito que esta guerra é a pior crise de segurança europeia desde o segundo conflito mundial.

Há um motivo: não melindrar os russos ainda mais. A última coisa que EUA e seus aliados na Otan parecem querer, a julgar pelas falas dos últimos dias, é passar a impressão de que lutarão pela Ucrânia. O motivo? O risco de uma Terceira Guerra Mundial, nuclear como o próprio Putin já lembrou aos rivais.

Enquanto isso, no solo na Ucrânia, houve um desenvolvimento importante no sul, caso o relato vazado pelo Pentágono a repórteres americanos seja verdadeiro. Segundo a versão, os russos desembarcaram milhares de fuzileiros navais de navios perto de Mariupol, cidade que enfrentou dois dias de bombardeio forte.

É um porto vital na ligação entre as áreas rebeldes do Donbass e a Crimeia. No desenho de invasão no qual Putin corta um naco da Ucrânia e dá para rebeldes, a ideia do corredor entre as áreas ora reconhecidas por ele como independentes do leste e a península que virou parte da Rússia é central.