TENTATIVA DE GOLPE

Premiê do Sudão e gabinete são presos em meio a golpe militar

Pouco mais de dois anos após o Sudão iniciar uma transição democrática e um ano após um acordo…

premiê Abdallah Hamdok foi detido e transferido para um local não revelado por uma força militar
Premiê do Sudão e gabinete são presos em meio a golpe militar (Foto: reprodução - Twitter CNN Brasil)

Pouco mais de dois anos após o Sudão iniciar uma transição democrática e um ano após um acordo de paz ser assinado com grupos rebeldes, um aparente golpe militar se desenrola no país da África Oriental. O premiê Abdallah Hamdok foi detido e transferido para um local não revelado por uma força militar nesta segunda (25).

A maioria dos membros do gabinete presidencial e um grande número de líderes partidários pró-governo também foram presos na capital, Cartum.

Horas depois, o tenente-general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do Conselho de Transição sudanês —órgão de governo que deveria preparar o país para as eleições democráticas em 2022—, decretou estado de emergência em todo o país e a dissolução do conselho.

O aeroporto de Cartum foi fechado e os voos internacionais suspensos, informou o canal de TV al-Arabiya, com sede em Dubai, em meio aos relatos de golpe militar no país. Não houve anúncio do governo sudanês sobre a situação do aeroporto.

O exército sudanês e forças paramilitares foram posicionadas em toda a capital, restringindo os movimentos de civis, pois manifestantes carregando a bandeira nacional queimaram pneus em diferentes áreas da cidade.

A Associação de Profissionais do Sudão (SPA), que reúne sindicatos do país, convocou uma greve geral e desobediência civil em face de um “golpe militar” após a prisão da liderança civil do país.

“Pedimos às massas que saiam às ruas e as ocupem, fechem todas as estradas com barricadas, façam uma greve geral dos trabalhadores e não cooperem com os golpistas e usem a desobediência civil para enfrentá-los”, disse o grupo em um comunicado.

Em uma rede social, um comitê local de médicos afirmou que ao menos 12 pessoas ficaram feridas nos confrontos, sem fornecer mais detalhes. Mais cedo, o Ministério da Informação havia dito que tiros foram disparados contra manifestantes quando um grupo se reunia perto da sede do Ministério da Defesa, em Cartum.