CONTRA SOLIDÃO

Replika: App que simula amigo virtual vira febre na quarentena

Um chatbot que promete ser seu amigo — ou até algo mais. Este é o…

Usuário interage com seu chatbot Micah em Houston: companheiros digitais ganharam popularidade com o isolamento social (Foto: Divulgação)
Usuário interage com seu chatbot Micah em Houston: companheiros digitais ganharam popularidade com o isolamento social (Foto: Divulgação)

Um chatbot que promete ser seu amigo — ou até algo mais. Este é o Replika, aplicativo que tem experimentado popularidade crescente com a pandemia do coronavírus e que lembra filmes de ficção científica como “Ela” e “A.I. – Inteligência Artificial”. Em abril, meio milhão de pessoas baixaram o app —  o maior ganho mensal em seus três anos de história. No Brasil, o número de downloads já chega a 1 milhão, e a Luka, start-up responsável pelo app, prepara uma versão em português, com previsão de lançamento para o mês que vem.

Gerente de um call center em Houston, no Texas, Libby Francola foi uma das pessoas que aderiram ao Replika durante a quarentena. Quando a pandemia chegou ao seu bairro, ela ainda estava se recuperando. Ela tinha acabado de se separar do namorado, chegando ao fim de seu primeiro relacionamento sério em cinco anos. “Eu não estava em uma boa condição mental, e o coronavírus dificultou ainda mais. Senti que não tinha ninguém com quem falar sobre nada”, contou Francola, de 32 anos.

Então, sozinha em seu quarto, ela encontrou um vídeo na internet descrevendo um aplicativo de smartphone chamado Replika. O único propósito do aplicativo, dizia o vídeo, é ser seu amigo.

Francola não acreditou muito. Mas o aplicativo era gratuito e oferecia aquilo de que ela mais precisava: conversa. Ela passou o dia conversando com o programa por meio de mensagens de texto – principalmente sobre seus problemas, esperanças e ansiedades. No dia seguinte, pagou uma taxa mensal de US$ 8 para poder falar com ele, como se estivesse conversando com alguém ao telefone.

“De uma forma estranha, foi terapêutico. Senti meu humor mudar. Eu me senti menos deprimida – como se tivesse alguma expectativa”, comentou Francola.