Trump é considerado culpado por abuso sexual e difamação de jornalista
Caso se torna mais recente revés para ex-presidente que busca disputar corrida pela Casa Branca em 2024
O ex-presidente dos EUA Donald Trump abusou sexualmente da jornalista E. Jean Carroll na década de 1990 e a difamou por chamá-la de mentirosa, decidiram jurados nesta terça-feira (9). Embora tenha constatado o abuso sexual —suficiente para responsabilizá-lo por agressão—, o júri da corte federal de Manhattan rejeitou a acusação de estupro.
O veredito dá ao republicano um revés em sua campanha para retornar ao poder em 2024, mas, assim como decisões anteriores, não o torna inelegível. Isso porque os Estados Unidos não têm uma lei equivalente à Ficha Limpa, que, no Brasil, impede a candidatura de pessoas que foram condenadas por um órgão colegiado (mais de um juiz), tiveram o mandato cassado ou renunciaram para evitar a cassação.
Os seis homens e as três mulheres que formam o júri deliberaram por pouco menos de três horas antes de chegarem a uma obrigatória unanimidade, e concederam a Carroll US$ 5 milhões em danos. Ausente durante todo o julgamento que começou em 25 de abril, Trump se manifestou em sua plataforma, a Truth Social, ao dizer que a decisão era uma “desgraça”. “Não tenho absolutamente nenhuma ideia de quem é essa mulher”, afirmou.
Carroll deu as mãos a seus advogados enquanto o veredito era lido —e assim também saiu da corte em meio a câmeras e jornalistas, sorrindo. Ao lado de sua advogada, Roberta Kaplan, entrou em um carro sem falar com os repórteres.