DATAFOLHA

75% dizem que democracia é melhor forma de governo, diz Datafolha

O percentual de pessoas que concordam com a frase “ditadura é melhor do que a…

Sem acordo, votação de apostas on-line é adiada no Senado
Sem acordo, votação de apostas on-line é adiada no Senado (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

O percentual de pessoas que concordam com a frase “ditadura é melhor do que a democracia em certas circunstâncias” chegou ao seu menor índice na série histórica da pesquisa Datafolha, medida desde 1989.

Ao mesmo tempo, o apoio à democracia entre os brasileiros voltou ao seu patamar mais elevado.

O Datafolha mostra que 7% defendem a ditadura (eram 9% em setembro de 2021, o último levantamento). Já 75% (3 a cada 4 pessoas) concordam que a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo.

Esse mesmo recorde havia sido registrado pela primeira vez em junho de 2020. Na última pesquisa, o índice foi de 70%.

Para 12%, tanto faz se o governo é uma ditadura ou uma democracia —eram 17% em setembro de 2021. O percentual dos que não souberam opinar chegou a 5% —eram 4%.

apoio à democracia como melhor forma de governo cresce conforme o grau de instrução e de renda. É de 62% para quem tem ensino fundamental e de 92% para quem tem ensino superior; de 67% para quem recebe até 2 salários mínimos e de 91% para quem recebe mais de dez salários mínimos.

Apoio à democracia é de 84% na região Centro-Oeste

Esse índice, que é de 75% na média nacional, varia para 72% entre mulheres, 78% entre quem tem de 25 a 34 anos, 84% entre moradores do Centro-Oeste, 71% entre moradores do Norte, 62% entre donas de casa, 87% entre empresários e funcionários públicos, 64% entre quem recebe Auxílio Brasil, 79% entre moradores de regiões metropolitanas e 73% entre moradores do interior.

Já a parcela para a qual tanto faz uma democracia ou uma ditadura, que é de 12%, vai a 10% entre maiores de 60 anos, 3% entre quem tem ensino superior, 17% entre quem recebe até dois salários mínimos, 2% entre quem tem recebe mais de dez salários mínimos, 14% entre pretos, 18% entre desempregados e 8% entre estudantes.

Os que veem a ditadura melhor em certas circunstâncias, que são 7%, variam para 9% entre jovens de 16 a 24 anos, 8% entre quem cursou ensino médio, 6% entre brancos, 8% entre moradores do Norte, 5% entre quem recebe de 5 a 10 salários mínimos e 10% entre quem recebe Auxílio Brasil.

Os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se dividem entre 74% que consideram a democracia melhor, 13% que julgam que tanto faz, 6% que defendem a ditadura em algumas circunstâncias e 6% que não sabem.

Para os eleitores de Bolsonaro, os índices são 77% de apoio à democracia, 10% tanto faz, 9% de apoio à ditadura e 3% não sabem.

A pesquisa mostra ainda que os brasileiros estão divididos a respeito da chance de haver uma nova ditadura no Brasil. Uma parcela de 49% diz acreditar que não há chance nenhuma. Em setembro de 2021, eram 45%.

Hoje 20% declaram acreditar que há muita chance de uma nova ditadura, índice que se manteve. Outros 25% veem um pouco de chance (eram 31% em setembro de 2021). Não souberam opinar 7% contra 5% na pesquisa anterior.

A parcela que avalia que pode haver uma nova ditadura, que é de 44% no país, sobe entre mulheres (47%), jovens de 16 a 24 anos (51%), quem recebe até dois salários mínimos (49%), pretos (51%), evangélicos (4%) e estudantes (53%).

Mas é menor entre quem tem ensino superior (41%), entre quem recebe mais de dez salários mínimos (38%), moradores do Sul (40%), empresários (35%) e aposentados (37%).

Quem não vê chance nenhuma de uma nova ditadura, parte que soma 49% na média, chega a 55% entre homens e 61% entre quem recebe mais de dez salários mínimos. Esse índice pai para 42% entre quem recebe até dois salários mínimos, 46% entre moradores do Nordeste e 40% entre desempregados.

Há chances de uma nova ditadura para 52% (24% muita e 28% pouca) dos eleitores de Lula e para 32% (13% muita e 19% pouca) dos eleitores de Bolsonaro. Entre os lulistas, 42% dizem não haver chance alguma, índice que é de 61% entre bolsonaristas.