LEOPOLDO DE BULHÕES

Acusado de encomendar morte de prefeito goiano diz ser vítima de “armação”

Elcinei Marques da Silva, acusado de ter oferecido R$ 3 mil a dois caseiros para…

"Armação", diz acusado de pedir morte do prefeito de Leopoldo de Bulhões

Elcinei Marques da Silva, acusado de ter oferecido R$ 3 mil a dois caseiros para matar o prefeito de Leopoldo de Bulhões, João Alécio Mendes (PL), nega todas as acusações. Segundo ele, E.C. e F.M., que fizeram um boletim de ocorrência contra ele, jamais foram seus caseiros. Além disso, ele alega que ele o gestor da cidade se conhecem bem e que o prefeito não gosta dele, por conta de frequentes denúncias contra administração municipal.

Na última sexta-feira (7), o Mais Goiás noticiou que o prefeito Alécio registrou um boletim de ocorrência, após ser informado por E.C. e F.M. que Elcinei queria contratá-los para matar o gestor. Eles alegaram que Nei, como também é conhecido, havia ficado nervoso com a recusa e sacado um revólver, tendo inclusive apertado o gatilho (mas a arma travou).

Segundo Elcinei, isso não existiu em momento algum e ele diz ter testemunhas que comprovam o que ele afirma. De acordo com ele, E.C. é um homem muito simples e F.M. só enxerga parcialmente e manca. “Por que eu pagaria essas pessoas para fazer uma coisa dessas?”.

Além disso, ele explica que acolheu E.C. e F.M. em uma casa que possui próxima a sua chácara, com a condição que eles pagassem a água e a luz. Como eles estavam sem quitar as dívidas há três meses, o proprietário do imóvel vinha cobrando o casal nos últimos dias. Eles teriam pago apenas no primeiro mês, ocasião em que E.C., que é pedreiro, trabalhou com Nei, que tem uma empresa de engenharia.

Dia do ocorrido

“Na quinta-feira (6) [data que o casal disse ter ocorrido a proposta de crime], eu estive lá para cobrar mais uma vez e E.C. disse que estava sem receber a três meses.” Elcinei afirma que se propôs a pagar, mas que iria cortar a energia, o que deu início a uma discussão.

O homem, então, entrou na casa, alegando que ia buscar algo, e a mulher saiu. “Eu disse o que ocorreu para ela e pedi que deixassem a casa, quando tivessem condição de sair, em cinco ou dez dias. Depois disso fui embora.”

Ele afirma que, em nenhum momento, o nome do prefeito Alécio foi citado ou que alguém teria pego em arma. Depois desse momento, o casal acionou a Polícia Militar (PM), que esteve na chácara de Elcinei.

Outros detalhes

Inicialmente, foi alegado que Elcinei não estaria em casa no momento que a PM esteve no local. Ele nega. Nei cita, inclusive, que um dos policiais é uma de suas testemunhas, uma vez que a mulher teria dado uma versão diferente aos agentes. “Ela também disse [para os policiais] que eu puxei a arma, mas por causa dos atrasos de água e energia.” Segundo ele, a mulher relatou, também, que estaria sendo pressionada a sair no mesmo dia.

“Eu disse que podia sair quando quisesse, na frente dos PMs, mas aí ela já disse que queria sair no mesmo dia. Eles mudaram, inclusive, para um terreno de ocupação ao lado da minha chácara.”

Elcinei acredita, ainda, que toda a situação foi uma armação. Segundo ele, E.C. e F.M. não quiseram fazer o boletim de ocorrência na quinta-feira. Ele afirma que na ocupação existem pessoas que não gostam dele, que podem ter influenciado.

Conhecidos

Nei também rebate a afirmação de que ele e Alécio não se conhecem. “Tem vídeo do prefeito me xingando. Ele comenta nas minhas redes sociais.” Segundo ele, inclusive, os dois têm um parentesco distante.

Elcinei expõe que já esteve na delegacia de Silvânia, na segunda-feira (10). Ele porém, só explicou, informalmente, esta situação ao escrivão. O delegado Leonardo Sanches, responsável pela investigação, irá intimá-lo a comparecer e dar a sua versão.

“Vou levar testemunhas, que viram minha conversa com eles na quinta, e eles vão ter que provar essa calúnia. Eles se juntaram com pessoas que têm raiva de mim e vou provar na justiça que se trata de uma armação. Prefeito tem raiva de mim, porque o denuncio.”

Questionado se ele faz parte de algum grupo político, ele garante que não. Diz já ter sido chamado, por fazer denúncias contra a prefeitura, mas que nunca se filiou ou se envolveu. “O senhor Alécio não aceita ser confrontado por ninguém”, garante.

Edmo Araújo, advogado de Alécio, foi procurado para comentar mais uma vez sobre o caso. O telefone que ele falou com o portal, na última semana, caiu direto na caixa de mensagem por três vezes.