BRASÍLIA

Além de Viagra, Exército autorizou gasto de R$ 3,5 mi com próteses penianas

Além de comprar 35 mil comprimidos de um medicamento para disfunção erétil conhecido como Viagra,…

Além de Viagra, Exército autorizou gasto de R$ 3,5 mi com próteses penianas (Foto: Divulgação)
Além de Viagra, Exército autorizou gasto de R$ 3,5 mi com próteses penianas (Foto: Divulgação)

Além de comprar 35 mil comprimidos de um medicamento para disfunção erétil conhecido como Viagra, as Forças Armadas autorizaram também gasto de R$ 3,5 milhões com próteses penianas. A descoberta foi feita por um deputado federal de Goiás, Elias Vaz (PSB).

Os dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal mostram três pregões para aquisição de próteses penianas infláveis de silicone, com comprimento entre 10 e 25 centímetros. Todos foram homologados em 2021.

O pregão 00036/2020 prevê a compra de 10 próteses, custando R$50,1 mil cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. Outro pregão, 00010/2021, é para a aquisição de 20 unidades ao custo de R$57,6 mil a unidade. As próteses são destinadas ao Hospital Militar de Área de Campo Grande. E o terceiro, 00051/2021, permite a compra de mais 30 próteses, com preço de R$60,7 mil cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo.

“O questionamento que fazemos é: por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para pagar essas próteses? O povo brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é atendido com próteses caríssimas, de R$50 mil a R$60 mil a unidade”, ressalta o parlamentar. Elias Vaz e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) vão levar o caso ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal.

Viagra

Nessa segunda-feira (11), o deputado Elias Vaz apresentou requerimento que pede explicações ao Ministério da Defesa sobre processos de compra de 35.320 comprimidos de Viagra para atender as Forças Armadas. E junto com o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) também acionou o MPF para pedir investigação sobre indícios de superfaturamento nos remédios. O índice pode chegar a 143%, segundo levantamento dos parlamentares.

O processo 00106/2020, com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (nome genérico do Viagra), para a compra de 15.120 comprimidos de 25 mg, estabelece como preço unitário R$3,65. A data da compra, para atender a Marinha, é 7 de abril de 2021. Acontece que outro processo, de número 00099/2020, para aquisição do mesmo medicamento, teve valor muito mais baixo. A data da compra, que atendeu o Exército, é 14 de abril de 2021 e cada comprimido saiu por R$1,50. Os dois processos são para atender unidades do Rio de Janeiro. “Esperamos que o MPF investigue essa situação. Essa farra do governo Bolsonaro com dinheiro público tem que acabar”, afirma o deputado Elias Vaz.