ELEIÇÕES

Após desistir de ser candidato em Goiás, Meirelles filia-se ao União Brasil

Depois de anunciar que não será mais candidato ao Senado em Goiás, o ex-ministro da…

Meirelles deseja sucesso a Haddad na Fazenda.
Meirelles deseja sucesso a Haddad na Fazenda. "Situação especialmente difícil" (Foto: Agência Brasil)

Depois de anunciar que não será mais candidato ao Senado em Goiás, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles deu, no sábado (2), mais um passo no sentido de se viabilizar como vice de Rodrigo Garcia (PSDB): filiou-se ao União Brasil.

Por pouco mais de 12 meses, o ex-ministro permaneceu no PSD, partido que lhe abriu as portas para concorrer ao Senado na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM). Nos bastidores, o que se comenta é que a relação entre Meirelles e pessedistas se desgastou porque a legenda desejava uma presença mais ostensiva do ex-ministro na política goiana. Até a última sexta (1º), ele acumulava o papel de pré-candidato com as funções de secretário da Fazenda e Planejamento do governo de São Paulo.

Embora hoje pareça mais provável que o ex-ministro participe da chapa do atual governador paulista na eleição deste ano, as possibilidades permanecem abertas. O próprio Rodrigo Garcia disse, ao jornal O Estado de S. Paulo, que as negociações conclusivas a respeito de sua vice só acontecerão em junho. Enquanto isso, discute-se também a participação (formal ou informal) do ex-ministro em campanhas presidenciais de diferentes partidos.

Carta de Meirelles aos goianos

Na última sexta, Meirelles divulgou nota aos goianos em que explicou que abriu mão de ser candidato ao Senado porque optou por trabalhar, nesse momento, em um “plano econômico que recoloque o País no eixo da prosperidade, que deixe de vez no passado o medo da inflação e da recessão”.

“Assim como contribui como presidente do Banco Central e Ministro da Fazenda para superarmos obstáculos que muitos consideravam instransponíveis, quero agora contribuir para um programa de governo realista, que prometa só o que pode ser cumprido, e que permita aos brasileiros e aos goianos retomar o caminho do crescimento sustentável”. disse.

Íntegra da carta

“No ano passado, eu tive a honra de ser convidado pelos amigos do PSD a me filiar ao partido e considerar a possibilidade de ser candidato a senador pelo nosso Estado. Nestes meses, eu tive o prazer de voltar às minhas raízes, revigorar meus laços e ouvir a sociedade de Goiás sobre seus desafios e sonhos. Cada retorno ao nosso Estado me deixa com mais certeza das potencialidades de Goiás e do nosso povo.

Foi com muita honra que recebi pesquisas me apontando como um dos preferidos em uma eventual disputa ao Senado, demonstrando o quão profundas são as nossas ligações. Tenho orgulho de ser filho de Goiás.

Esse orgulho seguiu comigo ainda jovem em São Paulo, onde iniciei a minha carreira no mercado financeiro. E nos Estados Unidos, onde fui o primeiro não-americano a presidir uma instituição financeira global. Igualmente me acompanhou em Brasília, onde assumi funções públicas relevantes, primeiro como o presidente do Banco Central que mais tempo permaneceu no cargo e depois como ministro da Fazenda. Quando ajudei o País a superar as graves crises econômicas de 2003, 2008 e 2016, e com isto os goianos também foram muito beneficiados.

Nas últimas semanas, ponderei sobre a possibilidade de ser candidato e, caso fosse essa a vontade do povo goiano, representar o nosso Estado no Congresso Nacional. No entanto, entendo que posso contribuir mais, para Goiás e o Brasil, trabalhando por um plano econômico que recoloque o País no eixo da prosperidade, que deixe de vez no passado o medo da inflação e da recessão. Assim como contribui como presidente do Banco Central e Ministro da Fazenda para superarmos obstáculos que muitos consideravam instransponíveis, quero agora contribuir para um programa de governo realista, que prometa só o que pode ser cumprido, e que permita aos brasileiros e aos goianos retomar o caminho do crescimento sustentável.

Vou seguir acompanhando a política goiana e defendendo os interesses de todos os goianos em outras instâncias, seja no setor público, seja no setor privado. Goiás está acima dos partidos, das divergências e das vontades particulares. Vamos em frente!”