SEGUNDA VOTAÇÃO

Assembleia aprova lei que desobriga uso de máscara para autistas

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou, em segunda votação, nesta quinta-feira (9), o projeto…

Falácias sobre a pandemia viraram lugar-comum; aprenda a responder
Falácias sobre a pandemia viraram lugar-comum; aprenda a responder (Foto: Reprodução)

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou, em segunda votação, nesta quinta-feira (9), o projeto que desobriga o uso de máscara para autistas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O texto depende, agora, da sanção do governador Ronaldo Caiado (DEM).

A matéria é de autoria do deputado estadual Humberto Teófilo (PSL). O texto da lei diz: “A obrigação (…) será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme declaração médica, que poderá ser obtida por meio digital.”

De acordo com ele, “a questão preventiva nesses casos tem que ser o uso do álcool em gel e o distanciamento. Ir apenas aos locais, como consultórios, onde tenha sido feita a assepsia”.

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Deputado estadual Humberto Teófilo |Foto: Polícia Civil

Opinião profissional

O texto foi proposto em junho deste ano. À época, Alessandra Jacob, médica e presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Autistas de Goiás (Afaag), explicou que o uso da máscara “gera agitação, ansiedade, medo e angústia”.

De acordo com ela, a alteração sensorial é do próprio organismo da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Nascem com algumas dificuldades. Alguns cheiram antes de comer, passam o dedo para ver a textura. Enfim, a alteração é de tudo, auditiva, tátil, etc.”

Ainda segundo Alessandra, à época, as máscaras incomodam atrás da orelha, por causa da textura, por exemplo. “E a grande maioria não consegue entender e acaba não usando. Com isso, eles têm alterações de comportamento, ficam nervosos.” Ela explica que as pessoas que realizam atendimentos e terapias vão tentar adequá-los a viver na sociedade atual, mas alguns casos simplesmente não são possíveis.