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Bancada do Pros em Brasília aponta tentativa de golpe na presidência nacional do partido

Apesar do anúncio de destituição de Eurípedes Júnior da presidência do Partido Republicano da Ordem…

O inquérito instaurado contra o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, por agressão à filha foi enviado ao Judiciário. (Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA)
(Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA) (Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA)

Apesar do anúncio de destituição de Eurípedes Júnior da presidência do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), a bancada congressista da sigla em Brasília reconhece a vigência do mandato do político. Membros do partido no Congresso Nacional alegam ainda que ato foi tentativa de golpe, já que houve desrespeito ao estatuto da agremiação, sem lastro jurídico. Destituição, anunciada no sábado (8), teria sido causada por acusações de desvio dos recursos do Fundo Partidário, Fundo Eleitoral e lavagem de dinheiro supostamente cometidas por Eurípedes.

Os três líderes do partido no Senado e na Câmara Federal dos Deputados, Telmário Mota, Toninho Wandscheer e Acácio Favacho, respectivamente, assinaram uma nota publicada no site oficial do partido em que reconhecem Eurípedes Júnior como presidente.

No texto, eles alegam que “houve clara tentativa de golpe partidário, sem lastro jurídico ou atenção ao estatuto da agremiação”. Os políticos citam ainda que a destituição, que demonstra importunação institucional, foi gerada por pessoas que não apresentam qualquer poder decisório ou estatutário para se proclamarem dirigentes partidários.

“Os senadores e deputados federais do Pros reconhecem a plena vigência de mandato da atual executiva nacional, presidida por Eurípedes Júnior, e repudiam a nota que foi indevidamente veiculada, por pessoa não autorizada, no site do partido, mencionando nova composição”, diz trecho.

O Mais Goiás tentou contato com os citados em Brasília, Paraná e Roraima, mas as ligações não foram atendidas. Este portal aguarda retorno da assessoria do senador Telmário Mota.

O nome de Eurípedes também chamou a atenção em um caso de polícia na última quarta-feira (8), quando passou a ser suspeito de agredir a filha a tapas e pontapés na sede do partido em Planaltina.

Invasão

Também por meio de nota, a assessoria jurídica do diretório nacional do Pros afirmou que a sede da sigla foi “invadida, tomada e isolada” para a realização de uma reunião não convocada pelo presidente eleito e “na qual membros deste mesmo órgão partidário foram impedidos de participar”.

De acordo com o texto, as senhas do sítio eletrônico oficial do partido, bem como as redes sociais da sigla foram alteradas para prevenir novas divulgações indevidas. “O Estado Democrático de Direito vigente em nosso país, não admite que um Partido Político com representação o Congresso Nacional, seja tomado de assalto, dessa forma. O PROS buscará todos os meios institucionais para regularizar a situação jurídica e política do Partido, o mais rápido possível, bem como buscará a responsabilização de todos os envolvidos”.

A assessoria cita ainda que a certidão de composição partidária emitida pelo sítio eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permanece com Eurípedes sendo presidente do partido. “De igual modo, todos os demais órgãos partidários permanecem inalterados”.

Destituição

No último sábado (11), por meio de nota divulgada nas redes sociais do Pros, membros do Diretório Nacional decidiram destituir o goiano do cargo de presidente da sigla. “Por unanimidade, os membros do Diretório Nacional aprovaram as medidas disciplinares previstas no Estatuto, diante das graves denúncias de irregularidades praticadas pelo ex-presidente, Eurípedes Júnior, que foi acusado reiteradas vezes, de desvio dos recursos do Fundo Partidário, Fundo Eleitoral e lavagem de dinheiro”, informou o texto.

Ainda segundo a nota, as denúncias foram comprovadas por um inquérito da Polícia Civil de Goiás que foi remetido à Justiça Federal. Isso, conforme escrito, tornou a situação de Eurípedes insustentável.

A medida foi tomada numa reunião do Diretório Nacional do Partido, realizada neste sábado, dia 11 de janeiro de 2020, na sede do Partido, em Brasília.

Nota de destituição:

Por unanimidade, os membros do Diretório Nacional aprovaram as medidas disciplinares previstas no Estatuto, diante das graves denúncias de irregularidades praticadas pelo ex-presidente, Eurípedes Júnior, que foi acusado reiteradas vezes, de desvio dos recursos do Fundo Partidário, Fundo Eleitoral e lavagem de dinheiro.

As denúncias foram comprovadas por um inquérito da Polícia Civil de Goiás que foi remetido à Justiça Federal, tornando a situação do ex-presidente do partido, Eurípedes Junior, insustentável junto aos membros do Diretório Nacional, filiados e parlamentares do PROS.

Desde 2015, quando Eurípedes Junior adquiriu um helicóptero no valor de R$ 2,4 milhões para uso pessoal e com recursos do Fundo Partidário, os membros do Diretório Nacional e a maioria dos filiados passaram por um grande constrangimento público, tendo como conseqüência considerável número de desfiliações. Inúmeros foram os apelos, na época, para que o então presidente declinasse da compra ou do uso da aeronave, sem êxito.

A partir desse acontecimento, o partido passou a ver uma administração ditatorial, sem democracia e transparência, guiada por interesses pessoais do presidente e seu restrito grupo político, que não chega a dez membros.

Não restou alternativa à Direção Nacional. Foi preciso fazer valer o uso dos dispositivos previstos no Estatuto Partidário para encerrar a escalada de desmandos, evitar o desvio dos recursos públicos e preservar à imagem da instituição e dos seus milhares de filiados em todo o Brasil.

“É impensável que uma agremiação política com a magnitude do PROS continuasse sendo comandada por um grupo que, comprovadamente, desejava apenas se locupletar do poder”.

Para restabelecer a integridade da gestão partidária foi instituída uma Comissão Executiva Nacional Provisória, que será presidida pelo membro do Diretório Nacional, Marcus Vinicius Chaves de Holanda, a quem caberá realizar a transição até a próxima Convenção Nacional.