LUTO

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morre aos 41 anos vítima de câncer

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, de 41 anos, morreu neste domingo (16),…

Bruno Covas, prefeito licenciado de São Paulo, morre aos 41 anos vítima de câncer
Bruno Covas, prefeito licenciado de São Paulo, morre aos 41 anos vítima de câncer

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, de 41 anos, morreu neste domingo (16), às 8h20, vítima de câncer no sistema de digestivo. Ele estava internado desde o último dia 2 de maio para o tratamento da doença, que teve metástase nos ossos e fígado.

A morte do político ocorre dois dias após o Hospital Sírio Libanês, unidade que ele estava internado, informar, por meio e nota, que o estado de saúde do prefeito licenciado era irreversível.

“O Prefeito Bruno Covas segue internado no Hospital Sírio-Libanês recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica. Neste momento, encontra-se no quarto acompanhado de seus familiares”, diz boletim divulgado na noite de 14 de maio.

Covas tinha iniciado, na última segunda-feira (10), uma nova etapa para tratamento do câncer, com a combinação de imunoterapia e terapia-alvo. A imunoterapia é feita com medicamento que reforça o sistema imunológico do paciente, para que ele próprio combata o câncer. Já a terapia-alvo, um tratamento mais recente, é feita com outro tipo de medicamento, que identifica uma proteína que existe em células cancerígenas e ataca essas células.

Afastamento

No último dia 2 de maio, Covas anunciou que faria um pedido de afastamento do cargo por 30 dias para dar continuidade ao tratamento de saúde. Com isso, o vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB), assumiu a gestão da cidade.
O prefeito licenciado ainda foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no último dia 3 de maio após passar por um procedimento para conter um sangramento no tumor da cárdia, localizada na transição entre o estômago e esôfago.
“O evento foi controlado com sucesso. A intubação foi estratégia para evitar que os coágulos fossem aspirados e contaminassem a via aérea. Foi uma intubação para proteger a via aérea durante o evento. É diferente da intubação de quem tem insuficiência respiratória por Covid ou alguma coisa assim. Não houve alteração da função respiratória”, afirmou o médico Artur Katz.
Para isso, ele foi intubado, mas foi extubado no mesmo dia. No dia seguinte, ele foi encaminhada para um leito semi-intensivo após ter alta da UTI.

Evolução da doença

Bruno Covas foi internado pelo primeira vez em outubro de 2019. No hospital, ele foi tratar uma infecção (erisipela), que evoluiu para trombose venosa profunda na perna direta. Os coágulos subiram para o pulmão e causou o que é chamado de embolia.
Durante os exames, os médicos identificaram que o prefeito estava com câncer na cárdia, com metástase no fígado e nos linfonodos.  Covas passou por oito sessões de quimioterapia, que ajudou o tumor regredir. Porém, a equipe afirmou que o procedimento não foi suficiente para conter o câncer. Após novos exames, o prefeito iniciou o tratamento com imunoterapia.
Após ser reeleito para chefiar a maior cidade do país, em janeiro de 2021, Covas disse que passaria por uma nova fase de tratamento da doença. Ele tirou 10 dias de licença. Em abril desse ano, o prefeito descobriu novos tumores nos ossos e fígado.
Ele teve um piora no quadro e foi diagnosticado com líquido no abdômen e nas pleuras, tecidos que revestem os pulmões. Foram colocados drenos  para a retirada do líquido, uma suplementação nutricional. Com isso, Covas teve alta em 27 de abril.

Histórico

Bruno Covas Lopes é neto de Mário Covas, que foi deputado-federal, prefeito, senador e governador de São Paulo. Bruno estudou Direito e Economia. Desde cedo, ele respirou política quando saiu de Santos, sua cidade natal, mudou para capital paulista para morar com seu avô, que também morreu vítima de um câncer.
Covas se filiou ao PSBD em 1998. Tentou, sem sucesso, ganhar a vice-prefeitura de Santos. Em 2006, ele foi eleito deputado estadual e foi reeleito em 2010. Em 2011, ele renunciou ao cargo para ser secretário do Meio Ambiente de São Paulo no governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Em 2014, ele venceu para deputado federal por São Paulo e quatro anos depois, ele herdou a prefeitura paulista, quando João Dória saiu o cargo para se candidatar a governador de São Paulo. Em novembro de 2021, ele foi reeleito após disputar o segundo turno com Guilherme Boulus (PSOL).