Eleições 2016

‘Cada ação vai ter uma reação’, diz Vandelan sobre ataques de Iris

Faltando dez dias para as eleições, o candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSB, Vanderlan…

Faltando dez dias para as eleições, o candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, parece estar tranquilo. Apesar da agenda apertada, o ex-prefeito de Senador Canedo fez questão de receber a equipe do Mais Goiás em seu escritório político, no Setor Sul, onde falou da campanha, de sua aliança com Marconi Perillo e sobre seu futuro político.

Com 5 pontos percentuais atrás de Iris Rezende (PMDB), segundo última pesquisa de intenções de votos divulgada, Vanderlan disse que não quer passar a idéia de um político fraco e que por isso tem reagido aos ataques do adversário. ”Se nós ficarmos calados, o eleitor vai pensar que é verdade o que eles estão falando. Tem que reagir”, justifica.

O pessebista também explicou os motivos que levaram Marconi Perillo (PSDB) – que tem tido o nome ventilado para ser candidato à Presidência da República em 2018 – a procurar uma aliança com ele. “Ele [Marconi] quer deixar a sua marca em Goiânia. Como ele nunca teve parceria aqui, ele nunca fez nenhum prefeito em Goiânia.”

Vanderlan ainda garantiu que não pretende disputar a eleição ao governo do Estado em 2018, mas disse que não abandonou o sonho de ser governador. A surpresa da entrevista veio quando o pessebista foi questionado sobre ações de combate à violência contra a mulher. Para o candidato, esse é um problema ligado a “questões financeiras” e das drogas. Confira:

Mais GoiásO senhor falava em fazer uma campanha bonita e propositiva. Mas nas últimas semanas, de ambos os lados, têm surgidos ataques na propaganda eleitoral e também judicialmente. O que aconteceu no meio do caminho para chegar a esse ponto?
Vanderlan – O que aconteceu é que eles intensificaram muitos os ataques, mas ataques mentirosos. Você pode até chegar e falar de algum erro que você cometeu na administração, mas não com mentiras. E aí nós resolvemos mesmo esclarecer e mostrar o que o adversário está fazendo. Eles passaram de todos os limites, tanto é que a campanha do adversário foi multada em R$ 1,150 milhão e tiraram do ar sua propaganda eleitoral, porque o juiz entendeu isso, que passou de todos os limites. Então nós resolvemos o seguinte: cada ação vai ter uma reação. E o eleitor também não quer ver candidato mole. Se nós ficarmos calados, o eleitor vai pensar que é verdade o que eles estão falando. Tem que reagir. Nós estamos mostrando nas pílulas quem é o adversário. No programa eleitoral, que é de cinco minutos, nós estamos mostrando as nossas propostas para Goiânia.

MG-A maioria dos ataques que o senhor recebe está na associação da sua candidatura ao nome do governador Marconi Perillo (PSDB). Esse apoio que o senhor tem recebido do PSDB e do governador está compensado esse desgaste causado por esses ataques?
Nós iniciamos a campanha já com o apoio do Marconi Perillo no nosso projeto. O PSDB indicou o Thiago Albernaz como vice, um jovem muito inteligente. Nós começamos as primeiras pesquisas com 11 e 13%, estávamos em terceiro lugar. Nesse período a gente só veio crescendo. Nós fechamos o segundo turno com quase 32%. Na pesquisa Veritá, que foi a que mais se aproximou do resultado do primeiro turno, nós temos 50,1%. Ou seja, subimos mais de 18%, enquanto o adversário subiu 10%. Então a estratégia deles em nos atacar da forma que eles estão nos atacando não está dando certo. Acho que está muito errada a estratégia deles. Nós procuramos levar as nossas propostas e dizer que o governo do estado vai estar participando, aliás, ajudando a resolver os problemas de Goiás através dos pólos de desenvolvimento, como o pólo de confecções, serralheria, marcenaria, o pólo tecnológico, o calçadista; vai estar ajudando a tirar Goiânia desse buraco através dos incentivos fiscais. Se não tiver incentivos fiscais, que é o do estado, não vai funcionar.

MGO senhor costuma afirmar que mesmo com o apoio do governador do Estado ainda é um candidato independente. O senhor chegou à política goiana com essa promessa de ser uma terceira via, mas acabou se aliando com os dois partidos que dominam o Estado: o PMDB, e agora o PSDB. Como o senhor espera fazer essa “nova política” que o senhor prega se continua preso aos mesmos grupos políticos que dominam o estado há décadas?
Eu sou do PSB. O governador, através do PSDB, ele tinha uma candidatura que não se viabilizou e ele resolveu cair fora, que é o Giuseppe Vecci. O PSDB entendeu que, ele saindo fora, o nosso projeto seria o melhor. Então ele veio nos apoiar. Eu não saí do PSB para ir para o PSDB, ele veio nos apoiar. E na política, para que você tenha chances de chegar num projeto vencedor, alianças são feitas. Isso é normal, inclusive o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. Eu já disputei duas eleições em Goiás contra o Iris e contra o Marconi. Apoiei o Iris em 2010 no segundo turno. Apoiei o Marconi em 2006 quando ele saiu candidato ao Senado. Não tenho divergência com ninguém. Agora eu tenho posição política e tenho minha independência. Eu não tenho cargo no governo, na prefeitura. Eu faço uma política independente. Eu não mudei meu projeto de Goiânia para receber esse apoio do governador e do seu partido. Não me foi imposto nada para receber esse apoio.

MG-Mas todo apoio é uma troca. Percebe-se que o PSDB em peso está mobilizado em torno da sua candidatura. O que custou esse apoio do PSDB?
Para mim não foi imposto, não foi colocado nada, até porque foi muito em cima da hora. O governador Marconi Perillo, é o quarto mandado dele. Nesses 16 anos ele não teve nenhuma parceria efetiva com nenhum prefeito de Goiânia. Paulo Garcia (PT) abriu agora depois que rompeu com o seu padrinho político. De um tempo para cá ele abriu essas parcerias, tanto é que viadutos foram construídos, duplicação da saída de Goiânia foi feita, algumas regularizações fundiárias foram feitas, o Hugol foi construído na Região Noroeste. Eu não abri exceção de negociar isso ou aquilo. Agora, os partidos que estão conosco [agora] certamente estarão conosco na administração. Então qual é o interesse do governador, pelas palavras dele? Ele quer deixar a sua marca em Goiânia. Como ele nunca teve parceria aqui, ele nunca fez nenhum prefeito em Goiânia. Ele viu a oportunidade, através da nossa candidatura, de ajudar a construir essa vitória em Goiânia para termos parcerias efetivas em Goiânia e recuperar o tempo perdido em Goiânia. Há esse interesse por parte do governador. E o meu interesse qual é? É usufruir ao máximo dessa parceria para a cidade de Goiânia caso eleito.

MGO senhor já foi candidato duas vezes ao governo do estado. Existe alguma possibilidade do senhor abandonar a prefeitura e vir a se candidatar em 2018?
Não existe essa possibilidade. Goiânia passa por muitas dificuldades. Nosso plano para Goiânia não é a curtíssimo prazo e nem em curto prazo, ele é a médio e mais em longo prazo, que é para nós criarmos todos esses pólos de desenvolvimento, nós recuperarmos o tempo perdido em Goiânia na arrecadação de impostos, que já foi 30% e hoje está em 15%. Isso não se resolve em 1 ano e três meses. Para disputar o governo em 2018 tem que ficar só um ano de três meses na prefeitura. Para sair candidato ao governo de 2018, se for para ser dessa maneira, já sai queimado. Então não tenho esse pensamento. Meu pensamento é fazer uma das melhores administrações que Goiânia já teve.

MG-E depois? Qual é o seu projeto político?
E depois, como se diz, o futuro a deus pertence. Se eu falar para você que o desejo de ser governador de Goiás, se nós o já abandonamos? Não! Político que não tem projeto para frente, qual o desafio que ele vai ter na sua vida? Eu vejo o adversário falando que não tem mais projeto de ser governador do estado e isso e aquilo. Então como é que ele vai fazer uma administração boa na cidade se ele não tem projetos para frente? Esse é um desafio. Eu tenho projetos para frente. Eu não vou parar sendo eleito aqui. Só que para eu alcançar meu objetivo eu tenho que deixar minha marca. Eu quero ficar na história de Goiânia como eu fiquei para Senador Canedo.

MG-A população goianiense ficou assustada nas últimas semanas com os vários feminicídios que ocorreram na capital. O senhor tem algum projeto específico para ajudar a resolver esse tipo de crime relacionado à mulher em Goiânia?
Você tem que investir na segurança primária, são várias as ações como na qualificação profissional. Quando você dá oportunidade para as pessoas terem o seu emprego e terem o seu próprio negócio isso tudo vai diminuir: a violência contra a mulher, contra a criança, contra o adolescente, o uso de droga diminui. Então é uma ação ajudando a outra. Você investindo na saúde, no esporte, na cultura, no lazer, tudo isso ajuda. Se nós temos aí esses altos índices, se nós formos observar a fundo caso a caso, aí está ligada muito a questão financeira, a questão do lar, dentro de casa.

MG- Mas violência contra a mulher está muito ligada à questão cultural…
É muito ligada à questão financeira, a situação que está vivendo a família, e a pessoa se desespera e vai para o álcool e para a droga. Muitos desses crimes eles [assassinos] estão sob o efeito de álcool ou de alguma droga. Então têm todas essas ações preventivas, todos esses investimentos que a gente está falando, e depois vem à ação efetivamente coordenada pelo prefeito buscando as parcerias com fortalecimento da guarda municipal, participação efetiva também da SMT e da AMMA, que tem poder de polícia; trabalhar em conjunto com a polícia militar, com a polícia civil, fortalecimento dos conselhos de segurança, judiciário, com o ministério público participando e a população sendo chamada a participar, por exemplo, da polícia comunitária.