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Câmara mantém proibição de despejos na pandemia ao derrubar veto de Bolsonaro

Texto agora será analisado no Senado

Câmara mantém proibição de despejos na pandemia ao derrubar veto de Bolsonaro
Ocupação em Aparecida (Foto: Divulgação)

A Câmara Federal derrubou, nesta segunda-feira (27), o veto do presidente Bolsonaro (sem partido) ao projeto que impedia os despejos de moradores em imóveis durante a pandemia do novo Coronavírus. Ao todo, foram votados sete vetos derrubados em blocos.

Na Câmara, foram 435 votos não (ou seja, contra a manutenção do veto), seis sim e duas abstenções (quórum de 444). Agora, cabe ao Senado derrubar ou não, em definitivo, o veto. Eles se reúnem ainda nesta tarde.

O deputado federal goiano José Nelto afirmou que a orientação do Podemos foi pela derrubada, assim como da maioria das legendas. Segundo ele, o mesmo deve ocorrer no Senado. “Lá também irá derrubar”, garante. O Mais Goiás tentou antecipar a posição dos senadores por Goiás, mas não teve retorno.

Projeto que proíbe os despejos na pandemia

Segundo a explicação da emenda do projeto, fica suspenso até “31 de dezembro de 2021 o cumprimento de medidas judiciais e administrativas que resultem em desocupação ou remoção forçada coletiva em imóvel privado ou público, desde que a ocupação seja anterior a 31 de março de 2021; bem como a concessão de liminares em ações de despejo referentes a contratos cujo valor mensal do aluguel não seja superior a R$ 600,00 (seiscentos reais),em caso de locação de imóvel residencial, e a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), em caso de locação de imóvel não residencial”.

O texto, vale lembrar, foi aprovado em julho deste ano. Ele foi apresentado pelo Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Em 5 de agosto, o presiende Bolsonaro vetou integralmente a matéria. Segundo ele, o projeto “daria um salvo conduto para os ocupantes irregulares de imóveis públicos”, uma vez que eles “frequentemente agem em caráter de má fé”.

Para ele, o projeto também “geraria um ciclo vicioso”, pois agravaria a situação dos proprietários. “A paralisação de qualquer atividade judicial, extrajudicial ou administrativa tendente a devolver a posse do proprietário que sofreu esbulho ou a garantir o pagamento de aluguel impactaria diretamente na regularização desses imóveis e na renda dessas famílias de modo que geraria um ciclo vicioso, pois mais famílias ficariam sem fonte de renda e necessitariam ocupar terras ou atrasar pagamentos de aluguéis.”

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