IPCA

Câmara pode ganhar frente parlamentar para frear preço dos alimentos

A inflação do País, em agosto, 0,24% (IBGE), assustou o deputado federal goiano José Nelto…

Câmara pode ganhar frente parlamentar para frear preço dos alimentos
Câmara pode ganhar frente parlamentar para frear preço dos alimentos

A inflação do País, em agosto, 0,24% (IBGE), assustou o deputado federal goiano José Nelto (Podemos). Puxada pelos transportes (0,82%) e alimentação e bebidas (0,78%), os brasileiros já sentem no bolso na hora das compras e de abastecer os veículos. Com isso, o parlamentar passou a defender a criação de uma frente parlamentar na Câmara Federal para frear o aumento desenfreado de alimentos e produtos no País.

“É de deixar qualquer um boquiaberto. O pacote de arroz chegou a custar R$ 30. O óleo de soja, conhecido como óleo de cozinha, também deu um salto. Sem contar com o aumento no preço do botijão de gás. O que as famílias brasileiras, que tem menos poder aquisitivo, vão fazer? Passar fome?”, questionou retoricamente.

Destaca-se que Goiânia teve inflação superior à média nacional: 0,66%. Apesar disso, o acumulado do ano, na capital, é de -0,25%, enquanto nos últimos 12 meses, 2,35%. Em relação ao Brasil, a média de 2020 acumula alta de 0,70% e 2,44% nos últimos 12 meses. Contudo, se pegar só a inflação dos alimentos tem-se um crescimento de 8,83%.

IPCA

A inflação oficial é medida pelo Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA). Segundo Especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea), a alta não tem como responsável apenas um alimento, já que a maioria deles está com preços recordes. Apesar disso, nos últimos dias dois se destacaram: o arroz (aumento de 19,2% no ano) e o óleo de soja (+18,6%).

Ao Mais Goiás, o economista e coordenador do Centro de Pesquisa de Mestrado da Unialfa, Aurélio Troncoso, enumerou os vilões da inflação. “Com o dólar alto, os insumos importados pela agroindústria são pagos na moeda estrangeira, o que impacta os preços. É bom para exportar, mas ruim para importar. Isso faz com que o empresário prefira exportar, deixando o mercado interno desabastecido. Quase toda carne está sendo exportada, por isso está cara aqui.”

Outro fator, segundo Aurélio, é o processo de entressafra (período entre uma safra e outra). “A safrinha, como chamamos. Vai plantar agora e colher no futuro. Além disso, a pandemia também retardou certas produções. E, por fim, o empresário também tenta se recuperar, aumentando a margem de lucro”, explicou os diversos motivos.

Impactos da pandemia

De volta ao Nelto, o deputado lembra que a pandemia do novo coronavírus acarretou em desemprego e no enfraquecimento econômico do país, mudando a vida dos brasileiros para pior. “Lidar com essa alta dos preços, de forma tão abruta e elevada, é colocar milhares de famílias em vulnerabilidade”, explica.

Para ele, a frente parlamentar é necessária, pois o governo federal precisa ter o controle da situação. Não se pode, sob hipótese alguma, vender antes de abastecer o mercado interno. “O povo precisa de soluções”, destaca.

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