ELEIÇÕES

Candidato de Bolsonaro em São Paulo, Tarcísio sonha com Planalto em 2026

Num evento de arrecadação de fundos para sua campanha, Tarcísio de Freitas foi explícito sobre…

Projeto de Tarcísio que perdoa multas da pandemia é aprovado, e Bolsonaro deixa de pagar R$ 1 milhão políticos discurso bolsonarista
Tarcísio propõe cancelar multas por desrespeito a normas na pandemia e pode beneficiar Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

Num evento de arrecadação de fundos para sua campanha, Tarcísio de Freitas foi explícito sobre suas ambições políticas. Em pelo menos uma rodinha de conversa de que participou disse que, se for eleito governador de São Paulo, será “o sucessor de Jair Bolsonaro em 2026″.

A informação foi publicada no site do jornal O Globo.

A candidatura de Tarcísio preocupa rivais, já que ele pode crescer embalado pela polarização e pelo apoio de Bolsonaro. Além disso, há a avaliação de que o ministro, por ser visto como técnico e menos afeito aos arroubos do presidente, é capaz de furar o teto de votos bolsonarista.

Tarcísio tem sido alvo de críticas até de grupos empresariais e sua fama de realizador é contestada pelos gastos da pasta, que mostram que o Ministério da Infraestrutura investe menos do que no passado.

Tarcísio tocador de obras

Tarcísio é vendido por seu grupo político como um entregador de obras e concessões.

Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, porém, mostra que os investimentos da pasta caíram em relação a gestões anteriores.

Além disso, em São Paulo, estado que Tarcísio pretende administrar, há entregas tímidas na comparação com outras unidades da federação e até obras importantes travadas pelo Ministério da Infraestrutura.

Tarcísio, diante disso, aposta nas grandes concessões, como a do Porto de Santos e a da rodovia Presidente Dutra, como marcas para sua gestão. Ele chegou a ser apelidado de “Thorcízio” por aliados, em uma brincadeira com a força com que usa o martelo durante leilões de ativos públicos.

A média de investimento anual nos últimos três anos foi de R$ 8,5 bilhões, em valores executados e corrigidos, de acordo com o site Siga Brasil, do Senado.

Na última gestão, durante as administrações Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), esse valor médio foi de R$ 10,5 bilhões, contabilizando pasta equivalente, a de Transportes, Portos e Aviação Civil.

Sob outra realidade econômica e no auge do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o investimento da primeira gestão de Dilma chegava ao dobro disso.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), por exemplo, que fica sob o guarda-chuva da pasta de Tarcísio, tem R$ 6,2 bilhões em investimentos previstos para este ano. Em 2012, o órgão investiu R$ 21 bilhões.

Os números em queda têm reflexos na qualidade das estradas. Levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que o investimento público em rodovias federais, que em 2018 foi de R$ 156 mil por km, caiu para R$ 143 mil em 2020 e teve previsão de R$ 109 mil em 2021.

No estado de São Paulo, o Republicanos compõe o governo João Doria (PSDB). Aildo Rodrigues, membro do partido, é secretário de Esportes.

Folha apurou que, concretizada a entrada de Tarcísio no partido, a sigla deve deixar os cargos no governo estadual.

O assunto vinha sendo tratado pela direção nacional, mas foi discutido com membros da sigla em São Paulo.

Embora houvesse negociações para o apoio a Rodrigo Garcia (PSDB) na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, havia alguns desgastes na esfera estadual com o PSDB.

Entre outros pontos, houve no Republicanos um entendimento de que tucanos articularam para que um deputado de outro partido não fosse para a sigla. Também não pegou bem uma suposta pressão que integrantes do PSDB teriam feito para que o apresentador José Luiz Datena não se candidatasse ao Senado pelo Republicanos.