FILHO 02

Carlos Bolsonaro avalia desistir da reeleição no Rio e se mudar para Brasília

Em um desabafo em seu perfil no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) escreveu nesta…

Vereador Carlos Bolsonaro e o pai, o presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Instagram
Vereador Carlos Bolsonaro e o pai, o presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Instagram

Em um desabafo em seu perfil no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) escreveu nesta quinta-feira que pode ter chegado “o momento de um novo movimento pessoal” por causa do “lixo de fakenews e demais narrativas. Precisamos viver e nos respeitar”. A publicação do filho ‘02’ do presidente Jair Bolsonaro ocorre em meio ao avanço de investigações sobre supostos funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara do Rio, e um dia depois do relatório do Facebook que derrubou perfis de ex-assessores seus que agora trabalham para o presidente no Palácio do Planalto.

De forma indireta, Carlos insinuou não haver ligação desses acontecimentos com a anunciada mudança de postura: “Totalmente ciente das consequências e variações. Aos poucos vou me retirando do que sempre explicitamente defendi. Creio que possa ter chegado o momento de um novo movimento pessoal. Estou cagando pra esse lixo de fakenews e demais narrativas. Precisamos viver e nos respeitar”, escreveu Carlos.

Segundo o jornal O Globo, o desabafo do Carlos também está relacionado a uma vontade de deixar a vida na política e a possibilidade de não disputar um novo mandato na Câmara de Vereadores do Rio este ano. Ele é parlamentar da Casa desde 2001 e ganhou seu primeiro mandato aos 17 anos. O vereador já disse em outras ocasiões cogitar não tentar nova reeleição.

Ele também estaria avaliando a ideia de mudar para Brasília, para ficar mais perto do pai. No mês passado, ele visitou um apartamento de um quarto na região noroeste de Brasília, bairro nobre da capital. Integrantes do governo foram pegos de surpresa sobre essa possibilidade de mudança e falaram que ele não foi visto nos últimas dias no Palácio do Planalto.

No entanto, Carlos e Jair Bolsonaro não andam em perfeita sintonia e os movimentos do presidente em direção ao centrão estão gerando perda de apoio ao presidente nas redes, o que já foi alertado pelo “02”. A alguns interlocutores, Carlos também revelou que seu sonho é mudar para o Texas, nos EUA. A possibilidade dele deixar o país, no entanto, é avaliada como remota.

Depoimento da ex-madrasta

A segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, presta depoimento por videoconferência ao MP-RJ nesta quinta-feira, depois de oito meses da primeira convocação. Ela é investigada junto com Carlos nos procedimentos que apuram uso de funcionários fantasmas e eventual prática de “rachadinha”, como é conhecida a devolução de salários. Ana Cristina foi lotada como chefe de gabinete do vereador Carlos entre 2001 e 2008. Procurada, a defesa de Ana Cristina se limitou a confirmar que ela irá prestar depoimento nesta quinta-feira.

Além de Ana Cristina, o MP convocou outros parentes dela que constaram como assessores de Carlos, mas relataram à revista Época no ano passado que não atuavam como funcionários do filho ‘02’ do presidente Jair Bolsonaro. Tinham sido intimados para depor na quarta-feira, mas não atenderam à convocação. São eles: Marta Valle, cunhada de Ana Cristina, e Gilmar Marques, ex-cunhado de Ana Cristina. Ambos sempre viveram em Minas Gerais. Na atual fase do procedimento, os investigados não são obrigados a comparecer.

Ex-assessores com contas derrubadas pelo Facebook

O Facebook divulgou na quarta-feira um relatório mostrando que assessores do presidente Jair Bolsonaro usavam contas anônimas para divulgar ataques a adversários políticos da família Bolsonaro. Com isso, 88 páginas foram desativadas.

Entre os alvos das medidas do Facebook, surgiu Tércio Arnaud Thomaz que foi assessor de Carlos Bolsonaro antes de ser funcionário do presidente. Ele tinha uma página chamada “Bolsonaro Opressor” no Facebook que ficou conhecida por atacar, sobretudo políticos de esquerda. O GLOBO mostrou em agosto de 2018 que ele constava como assessor do vereador, mas tinha como trabalho atuar na campanha eleitoral de Bolsonaro pela presidência. O trabalho dele consistia em alimentar as redes sociais da família Bolsonaro.