ELEIÇÕES 2024

“Cenário que pode acontecer”, diz Fred Rodrigues sobre ser vice de Gayer

Fred Rodrigues concedeu entrevista exclusiva ao Mais Goiás

Deputado estadual Fred Rodrigues. que teve mandato cassado pelo TSE (Foto: Assembleia Legislativa)
Deputado estadual Fred Rodrigues. que teve mandato cassado pelo TSE (Foto: Assembleia Legislativa)

O ex-deputado estadual Fred Rodrigues, que trocou o DC pelo PL de olho em uma cadeira na Câmara dos Vereadores de Goiânia nas eleições em 2024, agora vê seu nome ligado a uma possível pré-candidatura a vice-prefeito na chapa do deputado federal Gustavo Gayer. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao portal Mais Goiás. O portal já havia mostrado que a legenda traça um plano para lançamento de uma “chapa dos sonhos” puro-sangue para o pleito.

“Na política, a gente tenta prever o maior número de cenários possíveis e sem dúvida, esse é um cenário que pode acontecer. Mas a realidade é que hoje eu vim filiado ao PL para fazer parte da chapa dos vereadores e com perspectiva de chegar à Câmara e tentar contribuir com a eleição de uma boa bancada”, destacou Fred Rodrigues.

Rodrigues reitera que seu foco no partido é compor a chapa de vereadores e contribuir com a formação de uma boa bancada do PL na Câmara Municipal. Entretanto, está preparado para assumir outras responsabilidades, caso novos cenários sejam desenhados. Fred, no entanto, destaca: Gayer está muito disposto em disputar a eleição e não há nenhuma possibilidade de seu partido recuar neste projeto para ser vice de outra chapa.

“O único cenário que descartamos é o PL compor como vice”, crava sobre uma eventual desistência de Gayer. Mas o próprio Fred reforça: “Hoje, efetivamente, nosso pré-candidato é o Gustavo Gayer e ao que tudo indica vamos caminhar para uma chapa-pura do PL”, salienta. Não significa, que seu nome seja o indicado para acompanhá-lo nessa composição, assegura.

Leia a entrevista na íntegra com Fred Rodrigues, ex-deputado estadual e pré-candidato a vereador em Goiânia:

Domingos Ketelbey: Começaram a surgir especulações da semana passada para cá, sobre uma eventual pré-candidatura a vice do senhor numa chapa puro-sangue do PL, encabeçada pelo deputado federal Gustavo Gayer. Como avalia esse cenário?

Fred Rodrigues: Eu acho natural começarem todo o tipo de especulação. Na política, a gente tenta prever o maior número de cenários possíveis e sem dúvida, esse é um cenário que pode acontecer. Mas a realidade é que hoje eu vim filiado ao PL para fazer parte da chapa dos vereadores e com perspectiva de chegar à Câmara e tentar contribuir com a eleição de uma boa bancada. Claro que a gente encara tudo com muita humildade. Para todos os efeitos, o Gustavo Gayer é nosso pré-candidato e está disposto a enfrentar essa corrida pela Prefeitura. Está disposto a fazer um excelente mandato, caso chegue lá. 

A dinâmica em Brasília faz com que ele precise atuar como deputado federal e está respeitando os votos daqueles que o elegeram. Hoje ele é o nosso pré-candidato. Com relação às outras articulações, eu fico lisonjeado com o pessoal considerando nosso nome. A gente se prepara para todas as situações. O que eu posso dizer hoje é que o PL tem um pré-candidato a Prefeitura e ele é o Gustavo Gayer.

Surgiu uma especulação recentemente que o deputado federal poderia desistir do processo rumo à Prefeitura de Goiânia. Estaria disposto a encabeçar essa chapa?

Fred Rodrigues: Por experiência própria nas nossas redes, o pessoal até menciona o meu nome para disputar a Prefeitura. Eles acreditam que o Gustavo deve continuar como deputado federal, que a dinâmica política dele se alinha mais com a de deputado federal e alguns deles chegam a mencionar meu nome. Pedem para que eu enfrente esse desafio. Eu passei o último tempo trabalhando com a política local e de certa forma, não dou dizer que sou mais competente, mas teoricamente estaria mais ambientado a essa política local. De todo modo, o que a gente vê é que o Gustavo é uma pessoa que se adapta muito rápido. No seu primeiro ano como deputado federal já faz um excelente trabalho. Na minha opinião, é o melhor deputado federal do Brasil. Ele entende muito bem como funciona o jogo. 

Para muito eleitor bolsonarista, o Gustavo Gayer encabeçando a chapa com você na vice, seria uma verdadeira “chapa dos sonhos”. Também vê dessa forma?

Fred Rodrigues: Eu não sei se o termo chapa dos sonhos é o mais adequado, mas estamos há muito tempo enfrentando um certo sistema, que de certa forma não é leal com a direita. Então, é natural que nos enxerguem como um time ou dupla que representa os valores e princípios da direita. Eu fico muito lisonjeado com isso, mas encaro tudo com muita humildade. Se as articulações estão sendo feitas ou se os pedidos estão sendo feitos, vamos avaliar tudo de forma muito cuidadosa. O que posso dizer é que não há martelo batido. A gente simplesmente escuta, aprende, e vamos tomar a melhor decisão para a direita de Goiânia. Hoje estou na chapa de vereadores e quero sou pré-candidato a vereador, mas a gente não fecha porta a nenhuma das possibilidades. Mas a gente não fecha a porta para nenhuma das possibilidades, mas a gente não fecha a porta a nenhuma das possibilidades, pois a gente sabe que nem sempre tudo acontece da forma como gostaríamos, do contrário, eu ainda seria deputado estadual.

O senhor é amigo de longa data do Gustavo Gayer. Ele está mesmo disposto à enfrentar a campanha ao Paço Municipal?

Fred Rodrigues: Ele está cem por cento disposto. Obviamente, eu não posso falar como está a cabeça de ninguém, né? Mas eu posso dizer que ele está cem por cento disposto, mas ao mesmo tempo ele sente que tem a responsabilidade de representar o mandato que ele está exercendo e foi eleito que é o mandato de deputado federal. Ele não pode largar tudo agora e cair de cabeça em uma campanha para a Prefeitura. Volto a dizer, temos um grupo muito qualificado. Temos o Oséias Varão, ex-vereador e que participou da tramitação do Plano Diretor, conhece muito bem Goiânia. Temos o senador Wilder Morais que já foi pré-candidato a prefeito e tem um projeto de governo pronto e, obviamente, é um empresário e administrador de sucesso. Nosso grupo conta com várias pessoas e obviamente o Gustavo é o cabeça e a pessoa, por méritos próprios, que têm uma maior posição de destaque, mas nosso grupo é composto por várias pessoas que tem a possibilidade de fazer com que o Gustavo Gayer efetivando sua pré-candidatura rapidamente nós possamos construir um projeto e plano de mandato que Goiânia nunca será igual.

O PL caminha para uma chapa puro sangue em Goiânia?

Fred Rodrigues: Hoje é mais fácil seguir esse caminho. Há alguns atores políticos que enxergam o PL como um grupo que seja fácil de conquistar e trazer para o lado. Obviamente, não queremos desmerecer o projeto de ninguém. Mostraremos que o nosso projeto é melhor com debates e propostas. Cada um tem seu projeto. Hoje nós temos um projeto que está em primeiro lugar nas pesquisas, até com rejeição baixa, de acordo com a própria Goiás Pesquisas encomendada pelo Mais Goiás. O PL tem noção do seu tamanho e do que representa. As expectativas e especulações do PL entrando de vice numa chapa quando está liderando as pesquisas? É impossível cogitar uma vice do PL. O PL tem nome, força e apoio do maior ator político nacional que é o presidente Jair Bolsonaro. Teremos candidatura própria e acho que está se encaminhando para chapa-pura, mas não necessariamente será meu nome.

Então, não há o que se falar, então, em recuo para ser vice de outra chapa?

Fred Rodrigues: Honestamente, seria um desrespeito muito grande com nosso eleitorado fazer isso. Alguns atores falam dessa questão da união da direita. Eu falo que a direita está unida até mesmo com a união do eleitorado. Não quero determinar quem é de direita e não é, quem é bolsonarista ou não é. Mas temos de respeitar o nosso eleitor e a nossa base e buscar levar nossos valores e princípios adiante. Muitas pessoas já não nos veem mais como extremistas e percebem que temos capacidade de dialogar. Os números do Gustavo mostram que estão muito além do que um candidato de nicho ou extremista teria. Isso é óbvio e na minha opinião, ele só tem a crescer. Acho que a direita está unida e principalmente com o eleitorado, que é o que mais importa. O caminho agora é sedimentar e consolidar a candidatura dele. Obviamente, eu vou estar disposto a trabalhar onde for mais necessário. A cidade é muito conservadora e simpática aos valores que o presidente Jair Bolsonaro representa. Na posição que eu estiver para contribuir com esses valores, estarei.

Essa divisão entre candidatos na centro-direita não pode favorecer a candidata da esquerda, deputada federal Adriana Accorsi? É o Gayer, o Vanderlan e o Mabel disputando o mesmo eleitorado…

Fred Rodrigues: Eu acredito que sim. Evidentemente, a eleição está polarizada e eu não vejo nenhum problema nisso. Essa polarização tá se desenhando e dentro disso, quando as coisas afunilam e precisam definir quem é o verdadeiro candidato da direita, o eleitor vai perceber de forma bem claro qual será o apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, não é atoa que todos querem o apoio dele. A decisão dele e o seu apoio será crucial nessa eleição. Havendo esse apoio é natural que os números migrem para aquele representante. A população também está com uma qualificação de intelectualidade política para analisar. O brasileiro tornou-se um dos povos mais politizados do mundo. Ninguém pode chegar de última hora e dar uma carteirada e dizer que é da direita e absorver esses votos. O PT sempre tem 25, 30% dos votos, mas também a candidata deles tem uma alta rejeição. Não vejo como esse acúmulo de candidatos teoricamente à direita possa beneficiá-la a longo prazo.

Como receberam a notícia da filiação da ex-primeira-dama de Aparecida, Mayara Mendanha?

Fred Rodrigues: Honestamente, com surpresa. Não me lembro de ter sido consultado. Eu me filiei de última hora, mas as pessoas até confundiam e achavam que eu já era filiado, por minha presença nas redes, por minha trajetória de caminhada com o Bolsonaro, por uma série de motivos. A filiação da ex-primeira-dama de Aparecida foi uma surpresa, eu não estava sabendo. Não conversei com o Gustavo Gayer sobre isso. O único comentário que temos a fazer é: seja bem vinda. Obviamente, uma participação dela na chapa de vereadores foi montada de acordo com a capacidade do grupo de competir. Posso dizer que não muda nada nos nossos planos. O PL não será vice de ninguém. 

O Mendanha fala que foi um gesto para unificar a direita. Deu certo?

Fred Rodrigues: Eu não tenho relacionamento próximo com o Mendanha, mas também não tenho nada contra ele. Nunca entendi essa unificação das direitas. Como eu já te disse: a direita tá unida, principalmente o eleitor, como as pesquisas sérias mostram. Não temos briga nem rusgas com ninguém. A única rusga que temos é com o pessoal da esquerda e da extrema-esquerda. Temos diálogo com outros políticos de centro e centro-direita. Conversamos, por exemplo, com o Bruno Peixoto, que é uma pessoa até próxima. Ele nunca me podou quando eu estive como deputado. O Vanderlan e o Gustavo já tiveram suas rusgas. Obviamente, entra um critério pessoal entre eles, o que impossibilita caminharmos juntos. Não há uma desunião da direita. A uma diferença de projetos. Eu não quero ser a pessoa que vai determinar quem é de direita e esquerda. Quem vai definir isso é o eleitor.

Pelo que entendi, as composições poderão mudar dentro do PL, mas não haverá um recuo com relação a titularidade do partido rumo ao Paço, correto?

Fred Rodrigues: Não há recuo. Temos que considerar as dinâmicas da política. A opinião do PL e de todos os nomes da nossa chapa de vereador, do senador, do presidente Jair Bolsonaro. A articulação é de ter pré-candidaturas em todas as principais cidades. Em Goiânia, a construção é de que o PL terá um titular na eleição para o Paço Municipal. 

Estaria disposto a encabeçar a chapa, caso lá na frente, o Gayer desista?

Fred Rodrigues: A gente discute todos os cenários. Não quer dizer que tem um que tenha a preferência de outro nome. Olha, o único cenário que descartamos é o PL compor como vice. Agora, em relação a Prefeitura de Goiânia, é um projeto que não se constrói sozinho. O nosso grupo está preparado. Qualquer um deles estaria preparado para assumir essa titularidade. Mas hoje, efetivamente, volto a repetir que o nosso pré-candidato é o Gustavo Gayer e ao que tudo indica vamos caminhar para uma chapa-pura do PL.