Declarado inelegível, Luciano Hang diz ter ‘convicção’ que não fez nada de errado
Empresário disse que apenas manifestou 'liberdade de expressão'; TSE viu abuso econômico
Após ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso econômico na eleição municipal de 2020, o empresário Luciano Hang afirmou ter a “convicção” que não fez nada de errado e que apenas manifestou sua “liberdade de expressão”.
Nesta quinta-feira, o TSE cassou o mandato do prefeito de Brusque (SC), Ari Vequi (MDB), por considerar que a atuação de Luciano Hang em seu favor configurou abuso de poder econômico.
O motivo da cassação foi uma série de vídeos gravados por Hang em apoio a Vequi e com críticas aos seus adversários. De acordo com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, Hang utilizou a estrutura de sua empresa, a Havan, em favor do aliado.
“Como cidadão, que nasceu e mora em Brusque, manifestei a minha liberdade de expressão, expondo aquilo que achava mais apropriado para que nossa cidade continuasse seguindo nesse caminho”, disse Hang, em nota.
O empresário também afirmou respeitar o TSE, mas acrescentou ter a “convicção de que nada fiz de errado, pois sei que apenas manifestei a minha opinião como qualquer cidadão”.
Responsável pela defesa de Vequi, o advogado Leonardo Maestri, afirmou que prepara recurso contra a decisão.
“A princípio podemos dizer apenas que continuaremos na busca para que a vontade do povo de Brusque expressada nas urnas prevaleça, ressaltando que o resultado das eleições, em que o candidato vitorioso fez praticamente o dobro da votação do segundo colocado, não foi mencionado em momento algum durante o julgamento”, disse Maestri em nota.
A decisão do TSE foi tomada por cinco votos a dois. Prevaleceu a posição de Moraes, que considerou que houve “claro abuso do poder econômico”.
— Enquanto pessoa física, o empresário Luciano Hang pode votar, e deve votar, em quem ele bem entender, pode defender a candidatura que ele bem entender, pode criticar os demais partidos. Isso não está em discussão. O que não é possível é colocar a força de sua empresa, com claro abuso do poder econômico, em detrimento de uma candidatura, e a favor de outra candidatura — afirmou Moraes.