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PT, PV e PCdoB adiam escolha de candidato a governador em Goiás para 11 de junho

O PT de Goiás decidiu adiar, para 11 de junho, o encontro estadual do partido…

Definição de pré-candidato da federação PT, PV e PCdoB fica pra junho
Definição de pré-candidato da federação PT, PV e PCdoB fica pra junho (Foto: Divulgação)

O PT de Goiás decidiu adiar, para 11 de junho, o encontro estadual do partido que estava marcado para o próximo sábado (28) e que definiria que pré-candidato os petistas vão apoiar na eleição para governador deste ano. As opções são o ex-governador José Eliton (PSB) e o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás) Wolmir Amado (PT),

Ao Mais Goiás, a presidente do PT Goiás, Katia Maria, diz que a dilatação do prazo é uma ideia conjunta dos partidos da federação formada por PT, PV e PCdoB. “Para conversar um pouco mais, até construir a unidade.” De acordo com ela, não há “brigas”, mas um “diálogo maduro”. “Há defensores do Wolmir e do José Eliton”, revela.

A petista explica também que o intuito do adiamento é evitar que a definição ocorra por meio de votação. “É anunciar no encontro estadual não só a definição do PT, mas da federação como unidade. Nossa tarefa – dos presidentes dos partidos – é articular para construir essa unidade.

Katia afirma que a construção ocorre em consonância com a federação nacional. “Todos no PT têm como prioridade a candidatura do Lula. Então, estamos discutindo o melhor nome em Goiás para o ex-presidente Lula.”

Wolmir e Eliton

Dentro da sigla, há alas que defendem o nome de Wolmir, posto com pré-candidato desde antes de a federação se oficializar, mas também existem aqueles que hipotecam apoio a José Eliton. A predileção pelo ex-governador, neste caso, tem entre seus maiores representantes no PT o único deputado federal da sigla por Goiás: Rubens Otoni.

Ele acredita em Eliton como figura capaz de ampliar o diálogo, algo parecido com o que defende outra figura, mas do PCdoB. Trata-se da diretora e ex-deputada estadual Isaura Lemos. Ela também manifesta preferência pelo nome do ex-governador.

Na avaliação dela, as características que tornam a postulação dele mais interessante são: 1) o fato de ele conseguir dialogar com setores produtivos com os quais a esquerda tem pouco contato, em função dos anos em que ele passou no PSDB; 2) sua “comprovada capacidade administrativa, demonstrada no período em que ele foi governador”; e 3) os 407 mil votos que Eliton recebeu em 2018.

Cristiano Cunha, presidente do PV em Goiás, aguarda uma liberação da nacional. Isto, porque ele quer permanecer na base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). “Se a nacional não liberar, nossa preferência é pelo nome do ex-governador José Eliton”, revela o dirigente estadual.

interlocutores da ala ligada a Wolmir dizem que Eliton não teria mais votos que o ex-reitor da PUC. Além disso, eles estariam em “pé de guerra” com os defensores de José Eliton. Uma fonte diz, inclusive, que a maioria da Executiva estaria com ex-reitor da PUC – as insatisfações seriam as responsáveis pelo adiamento.

Há alguns, porém, que preferem manter o silêncio. De fora da federação, mas aliado, o PSB está calado. Procurado pelo Mais Goiás, o presidente estadual da legenda, deputado federal Elias Vaz, disse preferir não comentar até a definição deste sábado.

De vice não…

Eliton já disse ao portal que “cumpriu o papel como vice” e que se o PT optar por Wolmir estará nas “trincheiras”, mas não necessariamente como candidato. O ex-governador colocou o nome à disposição após convite de Lula e Alckmin, e depois de Elias Vaz, presidente do PSB, segundo ele – o ex-governador de São Paulo foi quem convidou o goiano a se filiar no PSB, quando ele mesmo ainda estava de partida do PSDB.

O trio – Eliton, Lula e Alckmin –, inclusive, já se reuniu para discutir Goiás. Na casa do advogado Cristiano Zanin, em São Paulo. Zanin é um dos advogados do ex-presidente e também já auxiliou o ex-governador goiano na Justiça.

Sobre a federação, ela foi criada com o intuito de melhorar e dar palanque a Lula e Alckmin pelos Estados. Em Goiás, o desafio é garantir ao petista uma vitória, uma vez que o Estado é considerado conservador e votou maciçamente em Bolsonaro (PL), em 2018.