Deputados da base acusam bolsonarista de fazer gesto supremacista em CPI; ele nega
Abílio Brunini alegou ser vítima de fake news e diz que, no momento, pedia mais três minutos de fala para Duarte, seu opositor
Parlamentares da base de apoio do presidente Lula (PT) acusam o deputado Abílio Brunini (PL-MT) de ter feito gesto supremacista durante a CPI do 8 de janeiro. Em sessão nesta quinta-feira, o parlamentar levantou os três dedos em movimento similar a “ok” ou WP — em referência à expressão em inglês “White Power” “ou poder branco”.
Utilizado por supremacistas brancos, o gesto ganhou notoriedade após ser utilizado por Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, em 2021 em sessão no Senado. Na ocasião, Martins chegou a ser denunciado por racismo pelo Ministério Público Federal e teve punição aplicada pela Comissão de Ética da Presidência.
Posteriormente, em questão de ordem, Abílio Brunini negou as acusações e disse que apenas pedia três minutos ao deputado Duarte (PSB) que havia solicitado mais um minuto do seu tempo:
— Vocês, esquerdistas, são nojo. Estão atacando minha família nesse momento. Estão entrando nas redes sociais da minha família. Vocês são uma vergonha — disse.
Nas redes sociais, Abílio divulgou o vídeo que gravava no momento, em que ele fala “dá mais três minutos”, seguido de uma risada. Na cena em que viralizou, o parlamentar segurava o telefone.
A base governista saiu em repúdio. Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirmou que a atitude quebrava o decoro parlamentar: “Supremacistas não podem ser tolerados no parlamento brasileiro”, disse. O movimento foi seguido por deputados do PT, como Leonel Radde (RS).