Anápolis

Estatuto da Codego será revisado para priorizar setor agroindustrial no Daia

Após as denúncias de irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codego), o governador…

Cientistas políticos analisam recuo de Caiado na emissão de decreto

Após as denúncias de irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codego), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que o estatuto do órgão será revisado. Caiado citou as mudanças realizadas pelo Conselho de Administração da Codego em dezembro de 2017 para permitir acordo para construção de shopping em áreas do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).

À época, as mudanças foram feitas pelos conselheiros João Furtado de Mendonça Neto, Júlio Vaz, Sérgio Cardoso e Danilo de Freitas. O governador deslocou o ex-presidente do Ipasgo, Sílvio Fernandes para a diretoria da Codego com a missão de revisar o estatuto. Sílvio Fernandes é um homem de confiança do governador e trabalha com ele há 26 anos.

“Primeiro porque o Sílvio sabe a maneira que eu trabalho. Dentro do estatuto da Codego não existia nenhuma irregularidade. Mas quem provocou a mudança no estatuto? O cunhado do ex-governador, o ex-presidente Júlio Vaz, o outro que chama Furtado e um quarto que não me lembro o nome dele. Foram os quatro que alteraram o estatuto da Codego, dia 26 de dezembro de 2017 e deram a possibilidade de incluir shopping center no Daia de Anápolis. O estatuto da Codego precisa ser mudado neste momento e voltar ao original, que refere-se apenas ao setor Agroindustrial”, destacou o governador ao Mais Goiás.

Silvio vai para a Codego para auxiliar Hugo Goldfeld, que recentemente assumiu a presidência da companhia depois que o deputado estadual Humberto Teófilo (PSL) apresentou denúncias sobre suposto favorecimento em contrato firmado com o empresário Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para a construção de um shopping em área no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).

“Ele assumirá ainda em hoje a Diretoria da Codego, continuará o seu trabalho e poderá ser transferido a outro órgão do estado, assim como tenho feito com alguns dos meus secretários”, completou Caiado.

Questionado sobre a mudança, Sílvio Fernandes, afirmou que ainda não está por dentro do assunto de forma detalhada. Ele relatou que vive um período de transição com a nova presidência do Ipasgo, órgão que acabou de deixar a presidência. “Não sei ainda. Estamos na fase de transição, vou auxiliar o novo presidente na transição do Ipasgo. A ideia é essa”, relatou Sílvio Fernandes ao Mais Goiás.

Codego

A Codego é o órgão estadual responsável por fazer a gestão de terrenos do Daia e fez a negociação de duas áreas de 22 mil metros quadrados por R$ 53.424,62 com a empresa ETS, de Matheus Henrique Aprígio Ramos.

A companhia teria ignorado parecer do ex-presidente da instituição, Pedro Sales que hoje está na Goinfra e da Controladoria Geral do Estado (CGE). Os pareceres da própria Codego e da CGE apontam, entretanto, que a área está avaliada em R$ 5 milhões e que a ETS, para fazer a aquisição, deveria fazer uma demonstração de capacidade financeira. A CGE abriu sindicância para apurar o processo.

Por outro lado, no último dia 27 de junho, Matheus Henrique Aprígio Ramos, ganhou na Justiça o direito de manter contrato de aquisição de lotes negociados com a Codego para construção de shopping no DAIA. A liminar foi concedida pela juíza Elaine Christina Alencastro Veiga Araújo, da 3a. Vara Cível da Comarca de Anápolis.

No dia 2 de junho havia ocorrido o distrato do negócio. Pelo acordo fechado ainda no governo anterior, a estatal cederia o terreno e, em troca, a empresa construiria a sede 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil. O prédio já foi inaugurado e está em uso. O governador já se manifestou que o Estado pretende manter a área e não prosseguir com a negociação.