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Ex-primeira-dama de Formosa vira ré em ação por fraude em licitação e peculato

A Justiça de Formosa recebeu denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra o empresário…

Justiça bloqueia bens de sete denunciados por fraude a licitação em Formosa (GO) (Foto: Divulgação)
Justiça bloqueia bens de sete denunciados por fraude a licitação em Formosa (GO) (Foto: Divulgação)

A Justiça de Formosa recebeu denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra o empresário Aroldo José de Sousa Júnior; a ex-secretária de Assistência Social e ex-primeira-dama de Formosa, Polyanna Ungarelli Ala Roller; e a servidora Leidina Gomes de Castro Monteiro pelos crimes de vantagem ilegal obtida em licitação e peculato. Segundo informações do MP, a justiça também bloqueou os bens dos acusados no limite de R$ 70.392,00. Além disso, eles foram proibidos de contratar com a administração pública até o final da ação.

Na denúncia do MP, o promotor Douglas Chegury afirma que, em 2017, o empresário Aroldo José participou de um pregão presencial e fez um contrato com o município para alugar uma van para a Secretaria de Assistência Social. A proposta por um ano de locação, assinada em 2 de setembro daquele ano, foi de R$ 70.392. Ainda de acordo com o promotor, Polyanna era gestora da pasta e ordenadora de despesas. Já a servidora tinha por responsabilidade a fiscalização do contrato.

O trio porém, conforme a promotoria, ignorou a negociação. Com isso, o veículo não ficou à disposição do município. De acordo com Chegury, as mulheres agiram com dolo e “possibilitaram e deram causa à vantagem ilícita no contrato firmado com Aroldo José”. Ainda segundo ele, durante fiscalização das duas, elas “se omitiram deliberada e criminosamente no seu dever fiscalizatório, pois o empresário não colocou o veículo contratado a serviço da Secretaria de Assistência Social”.

Para o promotor, “o desvio e o mau uso do recurso público se deram com a colaboração das servidoras. Sem a contribuição de ambas, Aroldo José não conseguiria fazer os desvios da forma como se verificaram”.

Advogado

O advogado de Polyanna Roller, Carlos Marcio Rissi Macedo, informou ao portal que a denúncia “é desprovida de indícios mínimos da existência de crime e se trata de mais uma irresponsabilidade acusatória do senhor promotor de Justiça”. Segundo ele, apresentará a defesa no foro adequado. “Temos tranquilidade quanto a correção da atuação da Sra. Polyana enquanto Secretária de Assistência Social do Município de Formosa”, reforçou.

Quando o advogado diz “mais uma irresponsabilidade acusatória do senhor promotor de Justiça”, trata-se de outros eventos relacionados ao ex-prefeito da cidade, Ernesto Roller (confira abaixo).

O Mais Goiás não conseguiu o contato da defesa dos demais citados. O espaço segue aberto caso haja interesse na manifestação.

Ataques

Polyanna é esposa do ex-prefeito de Formosa e hoje secretário estadual de Governo, Ernesto Roller. No ano passado, o político usou as redes sociais para criticar o Ministério Público e o promotor Douglas Chegury, que conduz investigações relacionadas a desvio de recursos públicos em Formosa.

No post, Roller acusa o MP de ser parcial. “É preciso por um freio na vaidade de alguns membros (pequena parcela) do MP”, escreveu. Por telefone, em entrevista ao Mais Goiás, o promotor rebateu: “São desvios na ordem de R$ 10 milhões e sabemos que há mais pessoas envolvidas. Talvez o receito dele é o de que as investigações cheguem até ele”.

Já Chegury disse ao portal, à época, que ficou sem entender os “ataques” do secretário de governo. “Não fica bem para um secretário usar esse tipo de palavra em público. Querendo ou não, ele fala em nome do Estado. Não tenho interesse em respondê-lo”, salienta.

O promotor explica que o Ministério Público investiga um ex-secretário de Formosa, além de empresários, por supostas fraudes em contratos de pavimentação asfáltica. No entanto, não há investigação especificamente sobre Roller. “Minha avaliação é que ele está com receio de que as investigações cheguem até ele”, diz.

Supostos desvios

Em fevereiro, o Ministério Público de Goiás deflagrou a Operação Gaugamela, com o objetivo de investigar possíveis irregularidades em licitações de obras de pavimentação asfáltica na cidade de Formosa, entre 2017 e 2018.

Segundo o MP-GO, são alvo da operação o ex-secretário de Obras do município, Jorge Saad Neto; o ex-secretário municipal de Finanças, Luís Gustavo Nunes de Araújo; o empresário André Luiz Gontijo de Souza, proprietário da empresa Multi-X, além das secretarias de Obras, Finanças, Administração, Controle Interno, Licitação e Gestão de Contratos.