DESDOBRAMENTO

Filha de pastor suspeito de lobby no Ministério da Educação trabalha no gabinete de João Campos

O deputado federal João Campos (Republicanos) contratou, para trabalhar no seu gabinete, a filha do…

Filha de pastor suspeito de lobby no MEC trabalha em gabinete parlamentar
Filha de pastor suspeito de lobby no MEC trabalha em gabinete parlamentar (Foto: Reprodução - Instagram)

O deputado federal João Campos (Republicanos) contratou, para trabalhar no seu gabinete, a filha do pastor Gilmar Silva dos Santos, acusado de intermediar a liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) em troca de propina. A funcionária se chama Quézia Ribeiro dos Santos Costa.

Quézia ganha, como secretária, remuneração de R$ 2.541,59. Na folha de fevereiro, consta R$ 1.667,68 como auxílio. Ela trabalha com atendimento ao púbico no escritório da capital. A nomeação, segundo o site da transparência da Câmara Federal, ocorreu em 10 de junho de 2021.

As informações foram confirmadas pelo chefe de gabinete do deputado. Sobre a remuneração, ele afirma que o salário é R$ 2.541,59. Em relação ao auxílio, ele informa ser um benefício relacionada a filhos, tudo previsto em lei.

Ele reforça que a contratação ocorreu pelo próprio deputado de forma legal, que conhece o pastor Gilmar – assim como outros – há muitos anos, desde que Quézia era criança. Inclusive, cita que existem outros filhos de pastores, delegados, etc. “Contratação completamente regular.”

Sobre a atuação da filha do pastor ocorrer em Goiânia, ele diz que, dos cerca de 23 a 25 contratados, somente seis atuam em Brasília. Os demais estão no Estado para atender as bases.

Pastor Gilmar

O pastor Gilmar Santos prega o evangelho há cerca de 40 anos, segundo a biografia dele do Instagram. Ele preside Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CONIMADB) e Instituto Teológico Cristo Para Todos (ITCT).

Ele também é presidente da Assembleia de Deus (AD) Ministério Cristo para Todos, localizada na Av. T-9, no Jardim América, na capital. Ele foi apontado pela Folha como integrante de um esquema informal de destinação de verbas do MEC, mas nega todas as acusações.

Gilmar já disse, por nota, que nunca interferiu nas relações da pasta. O religioso repudiou as notícias da suposta participação dele em uma espécie de gabinete paralelo no Ministério.

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