BRASÍLIA

Francisco Jr e Professor Alcides são alvo de denúncia por gastos com combustíveis

Os deputados federais goianos Francisco Júnior (PSD) e Professor Alcides (PP) foram denunciados como ‘superabastecedores‘ de…

Francisco Jr e Professor Alcides | Foto: Reprodução
Francisco Jr e Professor Alcides | Foto: Reprodução

Os deputados federais goianos Francisco Júnior (PSD) e Professor Alcides (PP) foram denunciados como ‘superabastecedores‘ de combustíveis pela Organização Não Governamental (ONG) Observatório Político Socioambiental (OPS). Informação foi veiculada na noite de domingo (18) no programa Fantástico, da Rede Globo.

Os voluntários do Observatório encontraram notas fiscais na prestação de contas de Francisco Jr com mais de 615 litros de combustível de uma única vez. O valor passa de R$ 2,2 mil. Já o Professor Alcides, que abastece em um mesmo posto de combustíveis de Goiânia, apresentou contas em 23 meses pediu e recebeu 17 reembolsos de exatos R$ 6 mil.

Segundo a matéria, de janeiro de 2019 a dezembro de 2020, todos os deputados federais juntos gastaram juntos R$ 367.916.285, 02. Em combustíveis, foram mais de R$ 27 milhões. A denúncia foi feita por Lúcio Big, da OPS, que afirma ter encontrado possíveis irregularidades em contas de 104 deputados, registros os quais taxou de gastos “curiosos” com abastecimento de veículos. As verbas são para uso não somente dos parlamentares, mas também dos assessores de gabinete.

Além dos deputados goianos, outros parlamentares aparecem como superabastecedores de combustíveis. O caso mais notório é do deputado Daniel Silva (PSL) que abasteceu 1 mil litros em uma única vez. Ele está preso em prisão domiciliar após ameaças contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

O Observatório Político Socioambiental, que fez as denúncias, ganhou um prêmio internacional criado pela ONU de reconhecimento a ações de combate à corrupção e lidera um grupo com mais de 200 colaboradores de todos os estados do Brasil.

Respostas

Através de vídeo, Francisco Jr disse que foi surpreendido pela reportagem que “sugere” que ele teria comprado 615 litros de combustíveis de uma única vez. Ele atribui a um erro do posto de combustíveis, que reuniu todos os abastecimentos de 15 dias em uma única nota fiscal. Ele mostra as requisições dos abastecimentos e diz que foram 14 abastecimentos. “A minha prestação de contas obedece a critérios e exigências. Tanto é que eu abasteço, pago, encaminho para a Câmara e ela me indeniza por entender que a prestação está correta. É lamentável”, diz.

O posto responde, através de nota, que se tratou de um erro da atendente que realizou o abastecimento e emitiu dois cupons fiscais no valor total dos abastecimentos e não 14 cupons. “Esta falha foi causada pela falta de experiência da colaboradora, fato este que também passou despercebido pelos conferentes do escritório do sr. deputado. Portanto, quanto aos valores abastecidos, os documentos legais que comprovam todas as transações, atestam a idoneidade e a integridade do deputado e do posto Itália”, aponta.

Já Professor Alcides, em nota, nega que tenha feito uso indevido de verba pública e afirma que doa o próprio salário para obras sociais. Além disso, aponta que os gastos são transparentes e os R$ 6 mil relatados em 17  mensalidades “não somam nem de perto o que é gasto por mês com combustível pelo deputado atendendo às suas bases”.

Ele atribuiu o aumento de gastos à pandemia do coronavírus, pois intensificou seu trabalho social e distribui cestas básicas, arroz, feijão e óleo comprados com dinheiro próprio, em várias cidades e acampamentos de Goiás.

“Num momento em que o Brasil vive em estado de calamidade pública, não dá para discutir se o combustível foi gasto para distribuição de cestas básicas para quem estava passando fome. O dinheiro é público e deve ser utilizado para servir as pessoas, diz a nota. “Como deputado não posso me omitir à crise sanitária e econômica e às necessidades das pessoas, por isso ajudo a quem posso e não gasto o dinheiro do povo em vão. Sou deputado para quê?”, continua.