MANIFESTAÇÃO

Goiânia: manifestantes vão da Praça Universitária à secretaria de Educação em ato pela revogação do Novo Ensino Médio

manifestação, que também aconteceu pelo País, teve concentração na Praça Universitária às 14h e seguiu para a secretaria de Estado de Educação de Goiás

"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio
"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio (Foto: Aymê Sousa)

O Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e Soberania realizou, nesta tarde de quarta-feira (15), um ato pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), em Goiânia. A manifestação, que também aconteceu pelo País, teve concentração na Praça Universitária às 14h e seguiu para a secretaria de Estado de Educação de Goiás. Os protestos se encerraram na capital por volta das 17h e também contaram com a participação de professores e estudantes.

Vale citar, o NEM foi aprovado em 2017, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Além disso, foi implementado no último ano de mandado de Jair Bolsonaro (PL). Nele, as disciplinas estão agrupadas em Linguagem e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Apesar disso, apenas Matemática e Português são obrigatórios nos três anos do ciclo. Também passaram a valer os chamados “itinerários formativos”, que são roteiros de atividades e conteúdos pré-definidos pela escola que os estudantes, teoricamente, podem escolher.

Desta forma, o modelo prevê que o ensino médio seja organizado em duas partes, com 60% da carga horária dos três anos comum a todos os estudantes, com as disciplinas regulares. Os outros 40% são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos. Caso não haja revogação, a implementação ocorrerá de forma escalonada até 2024.

As entidades, então, criticam a falta de diálogo com a sociedade na mudança que culminou na redução das disciplinas das ciências básicas.

Movimento nacional

Pelo País, os atos também contaram com a organização da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), e aconteceram em mais de 50 cidades. Ao Jornal Brasil de Fato, a diretora de comunicação da UBES, Yasmin Barreto, disse que “os estudantes que queiram ter acesso a itinerários x ou y que sua instituição de ensino não fornece vão ter que procurar outra, aumentando ainda mais a estafa e a probabilidade de evasão escolar”.

Segundo ela, a “reforma foi construída pelas mãos de pessoas que nunca pisaram numa escola pública e não entendem a realidade da nossa educação. Uma reforma que não teve a consulta dos professores que diariamente ocupam seus postos e nem aos alunos, que vivem na pele o que é a educação brasileira”.

O Ministério da Educação do atual governo, por sua vez, disse, por meio de portaria, que pretende reestruturar o NEM. Além disso, afirma que abrirá diálogo com a sociedade, comunidade escolar, além de profissionais do segmento.