"ÓDIO AO POBRE"

Guedes é o melhor porta-voz do governo Bolsonaro, critica Zé Dirceu

Para o ex-ministro Zé Dirceu (PT), Paulo Guedes (Economia) é o melhor porta-voz do governo…

Veja as mudanças na reforma administrativa realizadas até agora
Veja as mudanças na reforma administrativa realizadas até agora (Foto: Fábio Pozzebom/ABr)

Para o ex-ministro Zé Dirceu (PT), Paulo Guedes (Economia) é o melhor porta-voz do governo Bolsonaro (sem partido). “Ódio ao pobre e completa insensibilidade à situação das famílias brasileiras.”

A frase do petista foi uma resposta ao posicionamento do ministro da Economia, que não vê problemas no aumento da conta de luz, que tem pesado no orçamento das famílias brasileiras e pressionado a inflação.

“Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que nós vamos ter medo agora? Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é que tá tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições… Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar”, disse Guedes na quarta-feira (25).

Nesta quinta, Zé Dirceu se indignou pelo Twitter: “Ao menos uma coisa é preciso reconhecer: Paulo Guedes é o melhor porta-voz desse governo. É assim mesmo que eles pensam e agem – e Paulo Guedes, sem o menor pudor, revela. Ódio ao pobre e completa insensibilidade à situação das famílias brasileiras.”

Mais falas de Guedes e a crise hídrica

Ainda segundo o ministro Paulo Guedes, a economia vem “com toda a força”. “Temos a crise hídrica forte pela frente, mas a economia brasileira está furando as ondas”, declarou.

Destaca-se, por meio de decreto, o presidente Bolsonaro (sem partido) determinou que órgãos da administração pública federal reduzam o consumo de energia de 10% a 20% em relação aos níveis de 2018 e 2019. Usar a escada em vez de elevador é uma das recomendações. O texto foi publicado na quarta.

“Este Decreto estabelece medidas para a redução do consumo de energia elétrica no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional”, inicia o texto.

Entre as medidas de racionamento, o presidente determina a manutenção de condicionadores de ar para manter os filtros limpos; não utilizar energia elétrica quando a luz natural estiver disponível; programar os computadores para o menor consumo de energia elétrica possível; além de utilizar, “sempre que possível, as escadas para acesso aos primeiros pavimentos e para subir ou descer poucos andares”; entre outros. Confira AQUI.

Destaca-se, o racionamento vai de setembro deste ano a abril de 2022. Além disso, “os órgãos e as entidades divulgarão na internet o comparativo de consumo de energia elétrica”. Quem não conseguir, deverá justificar.

Essas medidas fazem parte de tentativa do governo de enfrenta a crise energética pela qual o País passa – a mais grave dos últimos 91 anos.

Crise energética durante o governo Bolsonaro

Vale lembrar, nesta semana, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque definiu as regras para o início do programa voluntário de deslocamento do consumo de energia que é destinado a grandes consumidores. Este prevê a redução da demanda em horários de pico, o que também diminui os riscos de apagões.

Esta medida entrou em vigor na segunda (23). Ela já era aguardada desde o agravamento da crise energética. Para ser colocado em prática, contudo, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) precisa publicar suas diretrizes, o que deve ocorrer em uma semana.