BRASÍLIA

Heleno diz que jornalistas não serão protegidos contra agressões verbais

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira que a…

General Augusto Heleno, chefe do gabinete militar da presidência da República (Foto: Reprodução)
General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (Foto: Reprodução)

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira que a segurança presidencial vai impedir agressões físicas contra jornalistas que trabalham no Palácio da Alvorada, mas que não é possível evitar agressões verbais. Nessa semana, diversos veículos de comunicação, entre eles o Grupo Globo, deixaram de ir ao local, por considerarem que não há garantia de segurança.

— Eles virem aqui e jogaram coisas em vocês, não vai acontecer. Provocarem confusões que possam gerar agressões físicas, nós não vamos deixar. Vamos proteger a imprensa de qualquer tipo de agressão física. Agressões verbais não tem como impedir. Vão a um jogo de futebol. A torcida do Flamengo xinga a torcida do Fluminense, chama o juiz de filho de tudo. Quem é que vai prender a torcida inteira? — disse Heleno a jornalistas, no próprio Palácio da Alvorada.

Na segunda-feira, após Bolsonaro deixar o Alvorada, um grupo de cerca de 15 pessoas hostilizou os repórteres. “Globo lixo”, “mídia lixo” e “vergonha” foram alguns dos xingamentos. A segurança só agiu depois de quase três minutos, dispersando os apoiadores.

O ministro anunciou uma mudança no esquema de segurança: após as falas de Bolsonaro, os jornalistas terão de cinco a sete minutos para deixar o local, antes dos apoiadores. A entrada e a saída são comuns aos dois grupos, o que facilita hostilidades.

— Vocês vão ter um tempo para se retirar daqui, antes que a gente permita a saída dos manifestantes. Vocês vão sair tranquilamente, agora, também não pode levar meia hora e querer ver a confusão — disse o ministro. — Eles (segurança) vão ficar aqui um tempo para que vocês vão para os carros, com as câmeras, e possam se retirar aqui. Somos os maiores interessados que não aconteça nenhum incidente aqui. Não acrescenta nada para nós, para o país, para o nosso aperfeiçoamento do nosso trabalho aqui. Nosso ideia é ajudar vocês e procurar que isso não aconteça.

Heleno afirmou que preferia que os apoiadores só falassem com Bolsonaro, e não com os jornalistas, mas disse que trata-se de liberdade de expressão:

— É bom para nós? Não. Gostaria que (o público) aproveitasse a presença do presidente para dizer uma coisa para ele, não para vocês — afirmou, acrescentando: — Mas alguns são mais exaltados. O que vai se fazer? Aí que está. A liberdade de expressão, ela vale para todo mundo. Isso é liberdade de expressão. Aprovada por nós? Muitas vezes, não. Até nós ficamos chocados com algumas coisas que são ditas. Mas isso faz parte do mundo.