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Justiça autoriza abertura de investigação criminal contra deputado que apalpou Isa Penna na Alesp

A Justiça de São Paulo autorizou a abertura de uma investigação criminal em face do…

Justiça autoriza abertura de investigação criminal contra deputado que apalpou Isa Penna na Alesp
Justiça autoriza abertura de investigação criminal contra deputado que apalpou Isa Penna na Alesp

A Justiça de São Paulo autorizou a abertura de uma investigação criminal em face do deputado estadual Fernando Cury por conta do episódio em que ele se aproximou da deputada Isa Penna (PSOL) por trás e apalpou os seios dela em sessão na Assembleia Legislativa de SP (Alesp) no fim de 2020.

A decisão do desembargador João Carlos Saletti acata pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo e determina a oitiva de 11 parlamentares que presenciaram o fato, como o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), Carlos Eduardo Pignatari (PSDB), Erika Malanguinho (PSOL) e Professora Bebel (PT).

“Autorizo a Procuradoria-Geral de Justiça a proceder à instrução do procedimento investigatório, mediante acolheita de depoimentos de testemunhas e interrogatório dos investigados”, afirma Saletti no despacho.

A ação inicial em defesa de Penna pedindo a instauração de um Inquérito Policial foi movida pelas advogadas Danyelle Galvão e Mariana Serrano.

“Em meio à votação sobre o orçamento do Estado, especificamente quando o requerido [Cury] conversava com o presidente da Casa [Macris], a deputada Isa Penna foi surpreendida com uma apalpada na lateral do seu seio direito, um abraço por trás (que vulgarmente chamamos encoxada) e a aproximação de uma cabeça em direção ao seu pescoço”, narra a defesa da parlamentar.

“Notadamente incomodada e constrangida, a requerente repeliu o movimento de Fernando Cury, que tentou tocá-la no braço e foi novamente repreendido.”

“É inadmissível que uma mulher -ainda mais em seu ambiente de trabalho, e dentro de um órgão público- seja desrespeitada dessa forma. Mais ainda, é revoltante a tranquilidade que o requerido mostra ao cometer um crime contra a liberdade sexual de sua colega de trabalho, num ambiente público e televisionado”, seguem as advogadas.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada no sábado (17), Penna relembrou o caso e pediu providências do governador João Doria (PSDB). “Se você é mulher e faz política, sabe que vai sofrer assédio”, disse ela.

*Por Mônica Bergamo, da Folha Press