SÃO PAULO

Justiça manda WhatsApp bloquear vídeo de Russomanno contra Boulos

A Justiça Eleitoral ordenou neste domingo (15) a suspensão da conta no YouTube do blogueiro…

Em alta nas pesquisas e vendo surgir no horizonte a chance de vencer no primeiro turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deixou o tom neutro e partiu para o ataque contra Celso Russomanno (Republicanos), durante o debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, realizado na manhã desta terça-feira (10). Enquanto isso, o candidato do Republicanos, Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) trocaram ataques numa estratégia para conseguir a outra vaga para o segundo turno. Logo no início do debate, Covas aproveitou para atacar Russomanno. O candidato do Republicanos havia sido perguntado sobre suspeitas de corrupção em seu partido relacionada ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e outros, e respondeu que os casos estavam na Justiça. Segundo pesquisa Ibope, a queda de Russomanno o beneficiou na corrida eleitoral. Covas lidera a disputa eleitoral de 2020 com 32% das intenções de votos, segundo a pesquisa divulgada na noite desta segunda-feira (9). Atrás dele seguem tecnicamente empatados em segundo lugar os candidatos Guilherme Boulos, com 13%, Celso Russomanno, com 12%, e Márcio França, com 10%.
Em alta nas pesquisas e vendo surgir no horizonte a chance de vencer no primeiro turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deixou o tom neutro e partiu para o ataque contra Celso Russomanno (Republicanos), durante o debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, realizado na manhã desta terça-feira (10). Enquanto isso, o candidato do Republicanos, Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) trocaram ataques numa estratégia para conseguir a outra vaga para o segundo turno. Logo no início do debate, Covas aproveitou para atacar Russomanno. O candidato do Republicanos havia sido perguntado sobre suspeitas de corrupção em seu partido relacionada ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e outros, e respondeu que os casos estavam na Justiça. Segundo pesquisa Ibope, a queda de Russomanno o beneficiou na corrida eleitoral. Covas lidera a disputa eleitoral de 2020 com 32% das intenções de votos, segundo a pesquisa divulgada na noite desta segunda-feira (9). Atrás dele seguem tecnicamente empatados em segundo lugar os candidatos Guilherme Boulos, com 13%, Celso Russomanno, com 12%, e Márcio França, com 10%. "O combate a corrupção deve unir todos os partidos políticos. É inaceitável que a gente tenha partidos políticos que passem a mão em cima da cabeça daqueles que cometem desvios e a gente finge que não olha só porque é companheiro do mesmo partido", disse Covas para Russomanno, em um comentário à resposta do candidato, citando ainda uma pessoa expulsa do partido devido a uma suposta ligação com o crime organizado. Russomanno, então, rebateu citando casos de corrupção do PSDB. "Precisamos de fato separar o joio do trigo, agora a gente precisa de explicações do Rodoanel, do Paulo Preto, que continuam sendo defendidos pelo PSDB". Covas vem evitando polêmicas ao longo da campanha, focando muito na própria história, que inclui o enfrentamento a um caso grave de câncer. Contra outros candidatos, Covas não adotou o mesmo tom, e na maioria das vezes respondeu questionamentos e críticas apresentando dados da gestão. Acuado, Russomanno chegou a se exaltar com o candidato do Patriota, Arthur do Val, o Mamãe Falei. Arthur citou gastos de Russomanno, como R$ 5 mil por mês com combustível e R$ 4 mil com telefone. "Até sushi o senhor paga com o nosso dinheiro", disse. O candidato do Republicanos rebateu com aparentando nervosismo. "Você era um bebê, quando eu comecei a defender o consumidor. Por sinal, para começar comigo, você primeiro precisa ter presença na Assembleia Legislativa, porque seu apelido lá é 'mamãe faltei", disse, afirmando que gasta dinheiro para atender as pessoas. "Você não é nada, começou agora na política". Arthur fez sua tréplica afirmando que Russomanno teria tomado um Redbull nos bastidores. O deputado do Patriota novamente alfinetou Russomanno por não ter cadastro na OAB (Ordem dos Advogados no Brasil. Russomanno, novamente, se exaltou. "Eu nem fiz a prova porque eu sou jornalista, eu tenho dois cursos. Você deveria enfiar sua cabeça debaixo do rabo para entender o que que eu sou".

A Justiça Eleitoral ordenou neste domingo (15) a suspensão da conta no YouTube do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. A decisão veio após a campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) entrar com uma ação acusando o blogueiro de propagar fake news.
Eustáquio é um dos principais acusados no inquérito das fake news que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

A decisão diz que Eustáquio continuou publicando vídeos com informações fraudulentas, após a exclusão dos anteriores, “em evidente demonstração de afronta ao Poder Judiciário”.

“Esses vídeos aqui questionados são publicações, no canal do representado no YouTube, de exibições que foram feitas na Rede Brasil de Televisão, sendo que o candidato Celso Russomanno, candidato a Prefeito da cidade de São Paulo é um dos sócios da referida rede de televisão”, considerou a Justiça.

Na decisão, o juiz Emílio Migliano Neto entendeu que o blogueiro zombou da Justiça Eleitoral e incluiu uma de suas falas no processo.

“Atenção, Justiça Eleitoral! ‘Tô mostrando aqui pra vocês entenderem, estão induzindo a Justiça Eleitoral também .Nós temos que mostrar isso pra que as pessoas entendam”, disse Eustáquio em frase citada na decisão.

O primeiro vídeo com informações falsas foi utilizado pelo candidato Celso Russomanno (Republicanos) para desferir acusações contra Boulos. Ele foi divulgado no mesmo horário em que acontecia o debate UOL/Folha.

Depois da polêmica, Russomanno, que é conhecido por seu programa sobre direitos do consumidor, gravou um vídeo como na TV. Ele visitou os endereços das produtoras Kyrion Consultoria e a Filmes de Vagabundo. A primeira foi contratada pela campanha de Boulos por R$ 500 mil e a segunda por R$ 28 mil. As duas produtoras são de uma diretora de cinema freelancer e de uma equipe que trabalha remotamente durante a pandemia de covid-19. Ambas estão registradas e foram declaradas nos gastos da campanha.

Segundo o UOL apurou, a Filmes de Vagabundo continua a prestar serviços normalmente. Em 2018, venceu um edital da SPCine para produzir um vídeo sobre bairros da cidade de São Paulo. A reportagem tentou entrar em contato com as duas produtoras, mas não teve sucesso até a última atualização. Se enviado, seu posicionamento será incluído aqui.

Até o momento, a campanha de Russomanno não esclareceu ao UOL se a acusação contra Boulos foi pautada no vídeo produzido por Oswaldo Eustáquio. A reportagem questionou há dias se o candidato tem conhecimento sobre a disseminação de notícias falsas por parte do blogueiro, mas não houve retorno. Se enviado, seu posicionamento será publicado.

Nova acusação do debate da TV Cultura

Na quinta-feira (12), apesar da primeira decisão da Justiça Eleitoral sobre o tema, Russomanno insistiu na denúncia e divulgou um novo vídeo em que ele mesmo visita os endereços sob suspeita. À noite, na TV Cultura, repetiu o ataque.

“Eu queria dizer que desqualificar a fonte não impede a irregularidade. É o mesmo que colocar a culpa no termômetro pela febre que a pessoa tem. O que os eleitores de São Paulo precisam saber, sem meias palavras, é como o candidato ostenta a soberba honestidade e usa empresas fantasmas para inventar despesas de campanha. Isso tem que ser explicado”, disse Celso Russomanno a Guilherme Boulos, no debate da TV Cultura.

Russomanno reiterou a acusação dizendo que foi até o local das empresas. “Sabe o que encontrei lá? Nada, absolutamente nada. São duas empresas fantasmas. Quem está representando contra o senhor por usar dinheiro público em empresas fantasmas não é o senhor não, sou eu. E o senhor vai responder por isso, tenha certeza, porque o senhor mente aqui descaradamente”, acusou.

“A Justiça determinou ontem esse vídeo fosse retirado do ar justamente por ser mentira, e você traz isso aqui novamente?”, devolveu Boulos. O candidato informou que entrou com uma ação criminal contra o adversário, que foi acolhida.

“Estamos pedindo a apreensão do seu celular, desse meliante com quem você se aliou, com pedido de bloqueio e abertura das suas contas bancárias e da dele para seber quem paga. Quem está pagando, Russomanno, por suas fake news em São Paulo? Vem do dinheiro público? Vou te dar uma oportunidade de responder isso”, completou o psolista em seguida.

“Olha, Russomanno, francamente, você quer repetir 2018. Quer fazer eleição marcada por fake news. Aqui não, em São Paulo não”, rebateu Boulos. “Parece que, na reta final da eleição, o gabinete do ódio entrou em São Paulo. Eles querem repetir 2018: todo mundo se lembra, kit gay e toda aquelas mentiras que foram feitas. Isso mostra que, apesar de essa eleição ser municipal, ela tem um impacto nacional”, afirmou Guilherme Boulos em resposta a Celso Russomanno, no debate da TV Cultura.