Câmara Municipal

Marconi Perillo foi ouvido na CEI da Saúde sobre investimentos na área durante sua gestão no Estado

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) foi ouvido na manhã desta sexta-feira (20) pela Comissão Especial…

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) foi ouvido na manhã desta sexta-feira (20) pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Saúde da Capital. Na sabatina ao lado do atual secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela,  ele foi convidado a falar sobre recursos repassados pela sua gestão ao município.

Os valores eram considerados baixos pelo autor do requerimento, vereador Paulo Daher (DEM), que também alfinetou o ex-governador sobre a prestação de serviços na área e a atuação de Organizações Sociais (OSs).

Na oportunidade, Perillo foi questionado por Daher sobre a falta de investimentos do estado na Saúde durante a sua gestão. O ponto mais sensível se deu quando Paulo perguntou porque “hospitais estaduais funcionam de portas fechadas para a população”.

Outro apontamento ressaltado pelo parlamentar foi o “parco” avanço em termos de atendimento nos hospitais Estaduais, que, segundo ele, guarda relações como o estado caótico da saúde municipal.

“Antes das OSs, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) realizava cerca de 800 atendimentos por dia, sendo 24 mil por mês. Agora, o hospital não chega a atender 120 por dia, que resultam em até 43 mil atendimentos por ano. Então, o fechamento das portas impactou de forma muito clara”.

Leonardo Vilela, por outro lado, reforçou que a decisão de fechar as portas para o atendimento ao público se deu em 2009, antes da gestão das OSs e no governo de Alcides Rodrigues. “Nessa época, tinha três anos que o Hugo era regulado pela Secretaria Municipal de Goiânia”.

Ele ainda completou, dizendo que enquanto o Hugo trabalha de portas fechadas, outras unidades o fazem de portas abertas. “O Hugol, o Materno Infantil funcionam de portas abertas. Inclusive, mais de 50% dos atendimentos desse último são de classificação verde e azul, casos que deveriam ter sido atendidos nos Cais, mas que não foram porque as unidades municipais não tem pediatras”.

Conecta SUS

Questionado por Daher sobre “os poucos investimentos e avanços na Saúde” durante sua gestão, Perillo respondeu com números, além de ironia. “Eu não sei a qual estado do Brasil o vereador Paulo Daher se refere. Certamente não é Goiás. Estou convencido do nosso acerto. Assumi em 1999, quando Goiás tinha 7 hospitais, entre eles o HGG, que estava fechado por oito anos. Hoje, temos 24 unidades hospitalares no Estado”.

O ex-governador também citou o Conecta SUS, sistema de gestão do atendimento em Saúde, como “referência internacional”. Segundo ele, Cinco comitivas internacionais, como da China e do Canadá, quatro ministros, e 23 secretários estaduais e governadores já vieram visitar Goiás para conhecer o modelo. “Ainda, 12 pesquisadores estrangeiros, também vieram estudá-lo”, reforça.

Marconi também disse não poder admitir que Paulo Daher “afirme que não houve avanço no atendimento”. “Como não houve avanços se triplicamos as internações, que registraram aumento de 146%; se triplicamos atendimentos ambulatoriais e de urgência e emergência em 147%; se o número de cirurgias realizadas cresceu 195,2%?”

Conflito

Daher e Perillo se alfinetaram durante a sessão (Foto: reprodução/Câmara Municipal)

O embate político protagonizado entre DEM, com Paulo Daher; e PSDB, com Marconi; pode ser um aperitivo do que irá ocorrer no período eleitoral este ano entre Ronaldo Caiado (DEM) e José Eliton (PSDB).

Nervoso com as críticas recebidas do parlamentar, o ex-governador chegou a usar a palavra para solicitar que a ocasião não fosse utilizada como “palanque político”, momento em que foi aplaudido por apoiadores. Marconi ainda esclareceu que compareceu espontaneamente para tratar de assuntos que não possuem ligação direta com sua gestão. Veja o vídeo:

O presidente da comissão, Clécio Alves (MDB) precisou intervir. “Quero garantir que a prioridade desta CEI é buscar melhorias para a saúde goianiense. O senhor será ouvido com esse único objetivo. Peço que se tranquilize, pois se essa natureza se distorcer, eu tomarei as providências”.

Apoio

Embora apenas Vilela tenha se sentado à mesa, Marconi estava acompanhado de cerca de 12 autoridades, entre deputados e secretários do governo. Uma das personalidades era o atual secretário de Estado de Gestão e Planejamento Joaquim Mesquita.

O ex-governador também tinha apoio interno na comissão, uma vez que do seu lado direito estava sentada a vereadora dra Cristina, uma das mais ativas parlamentares da CEI. Em alguns momentos, ela chegou a interpelar os colegas Jorge Kajuru e Paulo Daher, que estavam “fazendo perguntas repetidas”, o que pode ser interpretado como um ato de defesa dela em relação a Marconi.