O TEMPO E A RAZÃO

MDB avalia se Darrot terá ‘fôlego’ para viabilizar candidatura em Goiânia

Agenor Mariano, presidente do MDB em Goiânia avalia se Jânio Darrot vai conseguir viabilizar sua pré-candidatura à tempo

Agenor Mariano, presidente do MDB em Goiânia durante a coletiva em que Jânio Darrot recebeu apoio do ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Foto: Rodrigo Estrela)

O MDB em Goiânia está em compasso de espera para avaliar se o ex-prefeito de Trindade e empresário Jânio Darrot terá condições de viabilizar sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia em 2024. O projeto foi colocado em dúvida após o empresário ser alvo de uma operação da Polícia Civil (PC), na semana passada.

“Qualquer pessoa, sem exceção que passou pelo processo que o Jânio Darrot passou, faz andar duas três casas para trás na pré-candidatura. O que é preciso saber é se vai ter fôlego para andar cinco casas para frente”, destacou Agenor Mariano em entrevista ao Mais Goiás

Ele é um dos entusiastas do projeto do ex-prefeito de Trindade ao Paço Municipal, em 2024, mas avalia que a operação pela qual Jânio Darrot foi submetido provocou fissuras nos planos emedebistas. “Isso vai depender do conhecimento jurídico do processo que o próprio Jânio está fazendo e se tem tempo hábil para botar essa pré-candidatura na rua e conseguir respaldo popular”, postula.

Agenor Mariano evita falar em “plano B”

Mariano evitou falar em “plano B” para a disputa caso Jânio Darrot não viabilize seu nome mas reforçou que o MDB tem quadros para a disputa que podem aparecer se necessários, mesmo não citando um nome específico. Lembrou que o partido participou ativamente, seja encabeçando chapas ou ao lado do vencedor nas últimas cinco eleições.

Vale lembrar: Iris Rezende levou o pleito em 2004 e foi reeleito em 2008. Em 2010, abriu caminho para Paulo Garcia, do PT, assumir a gestão e em 2012, o petista foi reeleito em primeiro turno numa eleição acachapante com o próprio Agenor Mariano, do MDB, como vice-prefeito. Em 2016, Iris Rezende Machado (MDB) voltou à cadeira que deixou seis anos antes. Por fim, em 2020, Maguito Vilela foi eleito numa eleição traumática em meio à pandemia, mas sequer assumiu.  “Somos pentacampeões nas últimas cinco eleições na capital”, orgulha-se. 

Todo o histórico faz com que o MDB esteja confortável na disputa no processo de decisão. “O MDB já mostrou que pode gerenciar Goiânia. Todas as vezes que o MDB assumiu a cidade, leia-se Iris Rezende, pegou a cidade desiludida com a capital e fez as pazes com a cidade. Parece que é uma sina”, salienta.

“Precisamos de pessoas que de fato saibam fazer boas gestões. É justamente isso que as pesquisas qualitativas mostram. Alguém que tenha visão de empreendedorismo, modernidade e futuro. Ganhar eleição é o menor dos problemas, o maior é administrá-la com o caos financeiro que daqui a pouco a cidade vai ver”, avalia antes de partir para uma série de críticas à atual gestão capitaneada por Rogério Cruz (Republicanos).

Eleito com apoio do MDB, Rogério Cruz andou com os emedebistas durante os três primeiros meses de sua gestão, mas rompeu após divergências políticas. O próprio Agenor Mariano era secretário de Planejamento Urbano e Habitação mas pediu para sair junto com uma leva de outros 13 titulares ligados ao partido de Maguito Vilela. Mariano então não poupa adjetivos negativos à administração.

“É uma gestão desastrosa, danosa, prejudicial, maléfica. Quantos mais adjetivos você quer que eu dê?”, pontua. Por isso, acredita que a dificuldade da base em ter consenso por um nome não favorecerá o atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos) em seu projeto de reeleição. 

“O governador ama Goiânia e quer tirar Goiânia do caos. Não quer prolongar o caos. Isso é simples. O governador faz uma boa gestão e não quer que a cidade que ele tanto ama sofra como está sofrendo. É até um direito do governador apoiar o prefeito que está aí mas seria como se ele dissesse que quer que Goiânia continue no caos. É a minha opinião”, destaca.

Potencial eleitoral de Bruno Peixoto não pode ser desprezado

Agenor Mariano também comentou sobre a decisão de Bruno Peixoto reforçar recuo na pré-candidatura ao Paço Municipal. Elogiou a postura do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). “Foi uma demonstração da liderança do governador e da proximidade do Bruno com ele. Ambos tomaram essa decisão que mostra lealdade do Bruno ao governador”, destacou.

No entanto, a capilaridade eleitoral de Bruno Peixoto não pode ser ignorada. “O potencial eleitoral do Bruno não pode ser desprezado e é preciso que se respeite. Ninguém discute isso”, destaca. Agenor entretanto, aponta dúvidas se o presidente da Alego poderá voltar ao jogo eleitoral ainda em 2024. 

“A única possibilidade que existiria do Bruno voltar atrás, um recuo do recuo a partir de agora é se o Bruno fosse obrigado a ser candidato pela base. Seria muito mais para atender a base do que ele próprio. Eu tenho certeza que a decisão dele já está tomada. Eu acredito que ele não vai recuar nessa decisão exceto se a própria base lá na frente peça que ele seja candidato”, postula.

Base não descarta Ana Paula Rezende

Agenor também não descarta um eventual retorno da filha de Iris Rezende, a advogada Ana Paula Rezende ao processo eleitoral ainda em 2024 – encabeçando uma candidatura.  “Ela é livre para decidir o que quiser ser. Ela tem características, predicados e credenciais para decidir o que ela quiser ser e será abraçada pelo partido e eu acredito que pelo governador também”, pontua.

Agenor descarta que as fissuras na base, como o recuo de Bruno Peixoto e as dúvidas sobre Jânio Darrot possam favorecê-la, mas diz que o clima pode propiciar o ressurgimento da advogada dentro do debate eleitoral. “Eu não digo favorecer, mas pode é um contexto que pode propiciar essa situação. Ana Paula é livre para tomar a decisão que quiser tomar. O partido não quis pressioná-la e nem vai. Se amanhã ou depois ela resolver ser candidata é um nome fortíssimo.”, completa.