ELEIÇÕES

Mourão vê “pânico desnecessário” com movimento pró-democracia

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (1) que há “pânico desnecessário” envolvendo o manifesto de empresários…

Mourão vê
O presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, e o ministro da Casa Civil, Braga Netto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (1) que há “pânico desnecessário” envolvendo o manifesto de empresários e integrantes da sociedade civil em defesa do Estado democrático de Direito.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, tentou desqualificar os signatários da carta e disse que ela foi assinada por “empresários mamíferos”.

“Ele [Bolsonaro] tem uma retórica, vamos dizer, forte. Mas é só isso aí, é uma retórica. As ações jamais foram nesse sentido. Então, acho que é um pânico desnecessário”, disse Mourão a jornalistas no Palácio do Planalto.

O vice-presidente, que será candidato ao Senado pelo Republicanos no Rio Grande do Sul, minimizou as declarações golpistas de Bolsonaro, a que chamou de retórica, e disse que ele em nenhum momento buscou mudanças que levassem a um “desabamento do nosso sistema”.

Ele deu como exemplo de ações que poderiam ser classificadas dessa forma aumentar o número de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ou fechar o Congresso.

Mourão criticou ainda o inquérito das fake news, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que comandará a corte durante as eleições. Disse esperar que ele se “comporte” de acordo com as regras. “Ele não tem VAR, é o juiz”, disse.

“Critico a questão deste inquérito que eu julgo que está totalmente errado a pessoa ser responsável pelo inquérito, denunciar e julgar quando ele também é um dos ofendidos no inquérito. Acho complicado isso. É poder demais. E o poder demais corrompe”, completou.

Um dos principais alvos do bolsonarismo, por relatar inquéritos que têm o presidente e seus aliados como alvo, Moraes relata as investigações de fake news no STF. O inquérito foi aberto por determinação da própria corte, sem aval da PGR (Procuradoria-Geral da República), como ocorre geralmente.

Bolsonaro, ao falar com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, também minimizou o manifesto, mas colocou seus signatários no alvo.

“Esse manifesto aí foi assinado por banqueiros, artistas, tem mais uma classe aí… e alguns empresários mamíferos”, disse ele, rindo.