Política

Nem começou o jogo de 2022 e Tarcísio já está de salto alto

Tarcísio de Freitas está se achando. Está em uma fase Tribalistas: “eu sou de todo…

Aliados de Tarcísio acusam integrante de campanha de Bolsonaro de ‘fogo amigo’ (Foto: Alan Santos - PR)
Aliados de Tarcísio acusam integrante de campanha de Bolsonaro de ‘fogo amigo’ (Foto: Alan Santos - PR)

Tarcísio de Freitas está se achando. Está em uma fase Tribalistas: “eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também”. Ele quer ser candidato no ano que vem, não importa pra qual cargo, não importa por onde. Um cara vocacionado e que sabe o que quer.

O ministro da Infraestrutura está sendo intimado por Jair Bolsonaro a se candidatar ao governo de São Paulo para oferecer um palanque ao presidente no estado de maior colégio eleitoral do país. Mas Tarcísio não quer essa missão. Ele prefere concorrer ao Senado por Goiás. Segundo a sempre bem informada Mônica Bergamo, colunista da Folha de São Paulo, essa predileção por concorrer na terra do pequi se daria por influência de apoiadores. Segundo o séquito do ministro, ele venceria em Goiás “sem sair de casa”.

Tsc, tsc, tsc, tsc…

A arrogância de achar que está com o jogo ganho antes mesmo de começar a peleja é o primeiro e mais decisivo passo para a derrota. Se Tarcísio começar a campanha assim, não começa bem. O salto alto pode lhe custar muito caro.

O que chama a atenção é a pretensão de quem acha ser competitivo em qualquer estado do Brasil. Carioca de nascimento, fez carreira como burocrata do serviço público no Distrito Federal.

Qual o vínculo de Tarcísio com São Paulo? Falar que visita muito o estado não vale.

Qual o vínculo de Tarcísio com Goiás? Falar que cruza o estado quando sai do Rio de Janeiro dirigindo até Brasília não vale.

Já que Tarcísio quer ser senador, que represente um local onde ele tenha vínculos reais.

Não duvido da competitividade eleitoral do ministro em Goiás. O bolsonarismo é forte no estado e, dependendo dos concorrentes, da popularidade do presidente no segundo semestre de 2022 e do empenho de Bolsonaro, o cara pode até vir a ganhar. Mas Goiás perderia. Daríamos um senador para o Brasil preocupado com outros interesses que não são necessariamente os de Goiás. Para um estado periférico como o nosso, abdicar de um senador não faz sentido.

Um tanto de pragmatismo não faz mal a ninguém.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Alan Santos – PR