ENTREVISTA

Novo líder do governo defende indicações políticas

Em entrevista ao GLOBO, o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu…

Novo líder do governo defende indicações políticas
Novo líder do governo defende indicações políticas

Em entrevista ao GLOBO, o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu a indicação política para a ocupação de cargos no governo federal. Barros assume a função antes desempenhada por Vitor Hugo (PSL-GO), fiel aliado de Jair Bolsonaro. Para o parlamentar do centrão, a construção de uma base sólida só é possível a partir da formação de uma coalização partidária.

De acordo com Ricardo Barros, sua principal missão será trabalhar pela aprovação de reformas.

Com a saída de Vitor Hugo e sua chegada à liderança, quais serão as mudanças?

O Vitor Hugo fez um excelente trabalho, está fazendo um excelente trabalho, e nossa função é continuar o trabalho de articulação. Aprovamos a reforma da Previdência, uma matéria árdua que ele liderou, e esperamos ter o mesmo sucesso nas reformas tributária e administrativa, conforme seja apresentada ao Congresso Nacional.

O governo já tem uma base sólida na Câmara? Há partidos fechados com a base?

Sim, há partidos que estão comprometidos com o governo. Mas ainda vou conversar com as legendas sobre isso. Terei que dialogar com cada um dos partidos para entender exatamente qual é o seu posicionamento.

O senhor ainda não pode dizer “parido A é da base ou partido B é da base”?

Não acho adequado esse tipo de posicionamento agora porque não tive essa conversa.

Ainda existe algum risco de impeachment? O presidente montou a base para não correr esse risco?

O presidente monta a base para aprovar as matéria e cumprir o seu programa de governo. Principalmente o comprometimento em relação às reformas. Aliás, o presidente da Câmara já disse que não vê nenhum fundamento em qualquer pedido de impeachment protocolado.

Há clima para votar as reformas tributária e administrativa este ano?

Tributária nós vamos votar este ano. Isso é um compromisso do presidente da República e dos presidentes da Câmara e do Senado. É uma pauta do Legislativo.

Hoje, o presidente Rodrigo Maia disse que vai “tentar convencer” Bolsonaro a enviar a reforma administrativa. Como se dá essa negociação?

Nós fizemos uma reunião ontem (quarta-feira) no Palácio para tratar dessa questão do teto de gastos. A nossa ideia é avançar o mais rápido possível. O presidente Rodrigo Maia disse que tem total comprometimento com essa matéria e o presidente Bolsonaro também quer. Não tenho dúvidas de que teremos a reforma administrativa no governo Bolsonaro.

O que falta para o presidente enviar?

O presidente está escolhendo o melhor momento para enviar. Ele nem acabou de mandar a reforma tributária ainda. São matérias relevantes que precisam ser mandadas no momento adequado e não podem ser sobrepostas.

Como o senhor vê as indicações políticas ao governo?

A nossa Constituição determina o presidencialismo de coalizão. Então, o presidente se elegeu com poucos deputados, 10% da Casa. Então, obviamente que o presidente precisa construir o apoio necessário para governar. Isso se constrói a partir de uma base sólida. E essa base sólida é feita a partir de uma coalização partidária. É natural que os partidos que dão governabilidade, que fazem parte da coalizão partidária, tenham seus filiados e o seu programa partidário no governo do qual participam. Acho perfeitamente normal e adequado para a necessidade que nós temos para formar maioria.

Como conciliar a pressão por mais gastos e a manutenção do teto?

Isso já foi decidido ontem (quarta-feira) com o presidente Bolsonaro, presidentes de Câmara e Senado, ministros da Economia, Infraestrutura, líderes. Eu estava na reunião. O governo expressou sua opinião: vai manter o teto e o rigor fiscal.

Há data para o envio do projeto do renda Brasil?

O projeto será encaminhado rapidamente.

Neste mês?

Posso dizer que será rapidamente.

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