Decantação

Operação Decantação: PMDB e DEM também receberam doações de empresa

Levantamento do Ministério Público Federal e Polícia Federal aponta que onze partidos em Goiás teriam…

Levantamento do Ministério Público Federal e Polícia Federal aponta que onze partidos em Goiás teriam recebido doações de campanha da empresa Sanefer Construções e Empreendimentos, citada na Operação Decantação, que realiza investigações na Saneamento de Goiás (Saneago). De acordo com o documento, entre as siglas que se beneficiaram dos repasses estão o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e Democratas (DEM), principais adversários políticos do PSDB em Goiás.

A relação de doações, demonstrada no processo do MPF, detalha os repasses feitos ano a ano. Os valores teriam sido destinados aos partidos políticos em 2008, 2010, 2012 e 2014. Os períodos coincidem com os últimos quatro períodos eleitorais.

Os repasses foram para o PSDB, PTB, PDT, PP, DEM, PPS, PSB, PTN, PMDB, PRP e PT do B. O total dos repasses a todos os partidos somam o valor de R$ 3,8 milhões.

O inquérito do Ministério Público Federal informa que R$ 1.128.500,00, valor correspondente a 30% do que foi doado para Sanefer para campanhas eleitorais, foi repassado nos anos de 2008 e 2010, durante o mandato do ex-governador Alcides Rodrigues (à época filiado ao PP). Neste período, o então senador Marconi Perillo e o PSDB eram adversários do governo, o que desmonta a tese de que as doações para o partido tucano têm ligação direta com os contratos da Sanefer com a Saneago.

Ainda de acordo com informações do Ministério Público Federal que constam no inquérito da Operação Decantação, a empreiteira a JC Gontijo também está sob investigação. O valor negociado foi de R$ 1 milhão. A JC Gontijo já está na mira da Justiça por suposta participação no Mensalão do DEM.

O Mensalão do DEM foi o esquema de desvio de dinheiro público montado pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda para financiamento de campanhas eleitorais e pagamento de propina a deputados distritais entre 2003 e 2009. Estima-se que mais de R$ 200 milhões foram desviados.