Forças Armadas

Plenário nega requerimento de intervenção militar em Goiás

Requerimento que solicitava intervenção militar na Segurança Pública Goiana foi negado em plenário pelos deputados.…

Requerimento que solicitava intervenção militar na Segurança Pública Goiana foi negado em plenário pelos deputados. A proposição, protocolada pelo deputado José Nelto (MDB) na tarde de terça-feira (20) só recebeu votos favoráveis dos correligionários Lívio Luciano e Vagner Siqueira.

Para justificar o pedido, José Nelto utilizou de números divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Ministério da Justiça. Os dados expões que Goiás possui uma taxa de homicídios maior que a do Rio de Janeiro, onde foi autorizada nesta semana a intervenção do Governo Federal.

“Tenho dados reais, concretos de que a violência em Goiás, registrou, em 2017, 43,8 homicídios para cada 100 mil habitantes do estado. No rio, o índice foi de 37,8. Ou seja, aqui temos mais homicídios”, sublinha.

A justificativa para o requerimento, segundo o político, vai além. “Estou chamando a atenção do Estado, já que o governo não faz concurso, sucateou a Segurança Pública. Aqui, apenas 8% dos crimes são elucidados. Há toque de recolher em cidades do Entorno do Distrito Federal. Se não vier uma reação dura agora… Não dá pra brincar. Vida é uma só”.

José Nelto afirma que proposta não passou porque o Governo Estadual não quis (Foto: reprodução/internet)

Para ele, os principais bandidos vivem em condomínios fechados, como o Alphaville. “Em Goiânia só se consegue andar com tranquilidade no Alphaville, se bem que é lá onde vivem os bandidos mais perigosos”. Questionado se a afirmação faz referência ao governador Marconi Perillo, Nelto responde que “qualquer semelhança é mera coincidência”, evade.

Posições contrárias

Durante a sessão em que o requerimento foi negado, Major Araújo, que é policial militar, se colocou contra a proposta. “Aqui não tem ambiente pra isso, precisamos é de intervenção do Governo Estadual. Aqui o clima é favorável á segurança pública. Os policiais não perderam o controle. O que não tem é estrutura para trabalhar. O caso é muito distinto do Rio de Janeiro, onde eu apoio a intervenção”, revela.

Porém, para Major Araújo, a intervenção de Temer é “puramente política”. A intervenção foi autorizada, mas cadê a estrutura? As forças armadas terão que contar com as forças policiais, que não tem estrutura alguma. Ainda, estão em um ambiente desfavorável, controlado por traficantes e onde a polícia não entra. Essa é uma intervenção de fachada. Se fosse pra valer, teria garantias e apoio do governo”, completa.

A deputada Isaura Lemos (PCdoB) também posicionou-se contrária ao requerimento, apesar de pertencer à bancada de oposição, liderada por José Nelto. Ela argumentou que a intervenção militar na Segurança Pública carioca não teria sido decretada para combater a violência, e sim para fazer um espetáculo midiático. “Precisamos de políticas públicas sérias e permanentes, com investimento em inteligência para derrubar a rede que comanda o crime organizado”, finalizou.