DISPUTA ELEITORAL

Podemos e Patriota crescem como opções de partido para Gustavo Mendanha

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), ainda busca se viabilizar para…

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Gustavo Mendanha (Foto: Jucimar Sousa - Mais Goiás)

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), ainda busca se viabilizar para ser candidato a governador em 2022. A busca por uma sigla se afunilou devido ao peso das articulações nacionais. A tentativa frustada de aproximação do prefeito com o presidente Jair Bolsonaro (PL) o deixou com poucas opções.

A tentativa de estreitar laços com o presidente teve o deputado federal Major Vitor Hugo (de saída do União Brasil) como principal empecilho. O parlamentar, que é um dos principais interlocutores do presidente em Goiás, intenciona se candidatar ao governo estadual e agiu para inviabilizar o apoio do PL nacional a Mendanha.

A presença de cinco partidos de esquerda (PT, PSB, PC do B, PV e PDT) na prefeitura de Aparecida foi usada por Vitor Hugo para taxar Mendanha como “próximo à esquerda”, o que o inviabilizou junto a Bolsonaro, deixando a filiação ao PL um risco alto demais para se correr.

Neste sentido, resta o Podemos, a que o vice-prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, se filiou recentemente, e o Patriota, de Jorcelino Braga. O gestor tem até 1º de abril, prazo final da janela partidária para se decidir.

Cientista político diz que cenário é de hesitação

O cientista político, Guilherme Carvalho, aponta que Gustavo Mendanha enfrenta um desafio institucional, ao ficar encurralado entre o apoio do PL local, através da deputada federal Magda Mofatto (PL), e a incerteza da viabilidade nacional, pela pressão bolsonarista de Vitor Hugo. Assim, cria um cenário de incerteza e o deixa “em atraso” em relação a outras candidaturas.

“Os apoiadores dele ficam sem ter certeza qual é de fato a intenção da candidatura de Mendanha”, aponta o cientista político. “Então é cada vez mais complicado, devido ao tempo exíguo, para iniciar as conversações para a criação de uma estrutura a nível estadual. Isso deixa um cenário de hesitação”, continua.

Assim, essas incertezas criam dificuldade em traçar uma estratégia de marketing político. Guilherme Carvalho vê que não há estratégia relevante até o momento, com a falta de uma coordenação política e de marketing, o que demonstra dificuldade em se posicionar sobre o que seria seu projeto político para o Estado.

“Ele tem dificuldade em ter um grupo político, que não sabe qual é o projeto dele. Além disso, a população não sabe ao certo qual é a mensagem de Gustavo Mendanha para Goiás. A estratégia está muito atrasada. O trabalho para um pré-candidato ao governo do Estado está muito atrasado. Enquanto ele ainda está vacilando, os grupos se movem para candidaturas mais consolidadas. O próprio Vitor Hugo cresce institucionalmente”, avalia.